COTIDIANO
MPF apura envolvimento de vereador em licitações fraudadas em outras cidades da Paraíba
Publicado em 25/07/2019 às 15:45 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:48
Informação está na representação feita pelo MPF. Renan Maracajá nega acusação e diz que vai provar inocência
Vereador mais votado de Campina Grande nas últimas eleições municipais e no exercício de seu primeiro mandato, o vereador Renan Maracajá (PSDC) aparece como um dos investigados na Operação Famintos, desencadeada nesta quarta-feira (24) pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal (MPF). De acordo com a representação feita pelo MPF e encaminhada à Justiça, o parlamentar teria envolvimento com empresas de um esquema suspeito de desviar dinheiro da merenda escolar em Campina Grande. O grupo teria, também, atuação em outras cidades do Estado.
"Por meio das interceptações telefônicas autorizadas no âmbito do Processo n° 0800887-43.2019.4.05.8201, confirmou-se que Severino Roberto de Miranda Maia e Marco Antônio Querino da Silva utilizam as referidas empresas para fraudar licitações no Estado da Paraíba, mediante acordos firmados com Flávio Souza Maia e o vereador Renan Tarradt Maracajá, dentre outros", descreve o MPF.
Uma das licitações vencidas pelo grupo teria ocorrido na cidade de São João do Cariri. "Segundo infere-se das conversas entre Marco Antônio Querino da Silva e Severino Roberto Maia de Miranda, Renan Tarradt Maracajá também participa do grupo criminoso que divide as licitações em vários municípios do Estado da Paraíba e, inclusive, seria beneficiado em um procedimento licitatório de São João do Cariri/PB em detrimento de Severino Roberto Maia de Miranda", relata o MPF.
Vereador nega envolvimento e diz que provará inocência
Por meio de uma nota, o vereador Renan Maracajá negou qualquer envolvimento com as supostas fraudes apontadas pela Operação Famintos. “Ele nega qualquer envolvimento e relação com os acusados, bem como se coloca à disposição da justiça para colaborar com as investigações, acreditando na justiça e que a verdade dos fatos virá à tona”, descreve a nota.
Polícia Federal monitorou vereador
No decorrer das investigações, a Polícia Federal identificou ligações telefônicas suspeitas onde o vereador Renan Maracajá apareceria conversando com outros investigados. Em um dos casos, equipes da Polícia Federal fizeram o monitoramento do parlamentar.
"Conforme consta do Auto Circunstanciado elaborado pela Polícia Federal, no dia 04/04/2019, Marco Antônio Querino da Silva e Renan Tarradt Maracajá marcam um encontro a ser realizado no dia seguinte. Na data marcada, a Polícia Federal efetuou vigilância na residência de Marco Antônio e constatou que um veículo registrado em nome de Renan Maracajá estava estacionado em frente ao local". Antônio Querino da Silva seria o responsável pela empresa Arnóbio Joaquim Domingos da Silva EPP, uma das empresas investigadas no suposto esquema.
"Logo, há evidências veementes do conluio formado por Severino Roberto Maia de Miranda, Marco Antônio Querino da Silva, Renan Tarradt Maracajá e Flávio Souza Maia para fraudar licitações no Estado da Paraíba mediante o uso de empresas compartilhadas por eles", diz outro trecho do documento.
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