COTIDIANO
MST ocupa saguão do Ministério da Fazenda em Brasília
Grupo quer investimento em reforma agrária e uma reunião com ministérios.Segundo assessoria de imprensa do MST, ocupação é pacífica.
Publicado em 11/08/2009 às 12:45
Do G1
Um grupo de integrandes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), e da Via Campesina, ocupou na manhã desta terça-feira (11) o saguão do Ministério da Fazenda, em Brasília. A assessoria do ministério informou que o ministro Guido Mantega não está no local.
O MST informou que a manifestação conta com cerca de dois mil participantes. Estimativas da Polícia Militar são de que, em toda Esplanada dos Ministérios, o ato contou com a participação de 4 mil pessoas. Entretanto, nem todas participam da ocupação do saguão do Ministério da Fazenda. Além de invadir o saguão, e impedir o acesso dos servidores, os manifestantes também permanecem do lado de fora do prédio.
Segundo a assessoria do MST, o ato é pacífico e os manifestantes exigem que o governo invista na promoção da reforma agrária no país, além do desenvolvimento dos assentamentos já instituídos.
O grupo quer ainda um encontro com as pastas da Fazenda, do Planejamento, do Desenvolvimento Agrário, do Incra e da Casa Civil e informou que só pretende deixar o local quando houver um acerto para uma reunião e um encaminhamento nas negociações.
"A ocupação [do Ministério da Fazenda] já estava prevista. Aqui é o governo central. Queremos avançar na nossa pauta. Estamos há sete anos esperando. O governo [do presidente Luiz Inácio Lula da Silva] está acabando e queremos avanços. A política do governo privilegia o agronegócio", afirmou o coordenador nacional do MST, Vanderlei Martins, presente à manifestação no Ministério da Fazenda.
O MST exige do governo o descontingenciamento de R$ 800 milhões do orçamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para este ano e aplicação na desapropriação e obtenção de terras, além de investimentos no passivo dos assentamentos. Segundo o MST, a verba contingenciada, por conta da crise financeira internacional, representa 40% do orçamento da reforma agrária previsto para todo este ano.
Segundo a informações do MST, parte significativa das famílias acampadas do MST está à beira de estradas desde 2003. O ato desta manhã também exige o assentamento das 90 mil famílias acampadas pelo país e o investimento em habitação, infra-estrutura e produção de 45 mil famílias que estão assentadas apenas no papel. A ação faz parte da Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária que acontece em todo o Brasil.
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