COTIDIANO
Muçulmanos protestam após morte de general
Muçulmanos sunitas foram às ruas ontem, em diversas regiões do Líbano, para protestar contra a explosão de um carro-bomba.
Publicado em 20/10/2012 às 8:00
Muçulmanos sunitas foram às ruas ontem, em diversas regiões do Líbano, para protestar contra a explosão de um carro-bomba que assassinou o chefe da inteligência libanesa, o general Wissam al Hassan, 43, em Beirute. Essas reações podem ser o primeiro sinal de que o atentado de fato acirrou as tensões sectárias que existem no país entre sunitas, xiitas e cristãos.
O temor de que isso ocorresse levou até mesmo nações como a França a pedirem calma e respeito à unidade nacional. Foi o pior ataque à capital libanesa desde 2008.
Fontes dizem que Al Hassan liderou a investigação que, em 9 de agosto último, levou à prisão o ex-ministro da Informação libanês Michel Samaha, um dos principais aliados do regime sírio no país. Al Hassan também era um aliado pessoal de Rafik Hariri, o premiê sunita que foi assassinado em um atentado em 2005. Foi ele, inclusive, quem ajudou a coletar provas que implicaram a Síria e o Hizbollah no ataque. Tanto o regime sírio quanto o movimento negam as acusações.
O atual confronto na Síria, entre as tropas leais a Assad, que é alauita e aliado do regime iraniano, xiita, e os rebeldes que querem a deposição dele, na maioria sunitas, só soma à tensão existente. Desde que o conflito começou, há 19 meses, houve tiroteios esporádicos em várias partes do Líbano entre grupos pró e anti-Assad.
O ataque de ontem aconteceu na região da praça Sasin, em um bairro de maioria cristã. Na mesma rua está a sede do Partido Falange Cristã, que faz oposição ao regime sírio. A explosão ocorreu na hora do rush, no momento em que muitas crianças saíam das escolas, e provocou muito estrago. Vários veículos e prédios das proximidades pegaram fogo e ficaram destruídos.
Pelo menos sete pessoas, além de Al Hassan, morreram, conforme informações da agência estatal de notícias ANN.
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