COTIDIANO
Mulher atropelada na Integração perde o braço
Até o início da manhã, nenhum boleim de ocorrência tinha sido registrado pela família da vítima ou do motorista.
Publicado em 10/06/2015 às 9:16 | Atualizado em 08/02/2024 às 12:28
A família da idosa Avani dos Anjos Felipe, 78 anos, que sofreu um acidente na tarde da última segunda-feira, quando descia de um ônibus no Terminal de Integração, em Campina Grande, vai mover uma ação de indenização por danos contra a empresa proprietária do veículo. A idosa fez cirurgia e seu estado é regular, mas a equipe médica do Hospital de Emergência e Trauma não teve como evitar que ela perdesse o antebraço.
Na manhã de ontem, a idosa ainda estava no bloco cirúrgico do hospital, mas foi transferida para uma enfermaria onde vai aguardar alta médica. Jaqueline Felipe, filha de Avani, garante que a família vai procurar a Polícia Civil para registrar um boletim de ocorrência e solicitar a abertura de um inquérito para apurar o acidente.“Não vamos deixar barato, porque poderia ter sido muito pior”, desabafou.
A delegada especializada em crimes de trânsito Hellen Maria informou, contudo, que até o início da manhã nenhum boletim de ocorrência tinha sido registrado nem por parte da família ou do motorista do coletivo. Ela explicou que só depois do caso registrado a polícia terá condições de iniciar uma investigação, realizar perícias e tomar depoimentos dos envolvidos e de testemunhas. O fato é considerado lesão corporal, crime previsto no artigo 303 do Código de Trânsito Brasileiro.
A gerente de Trânsito da STTP, Araci Brasil, explicou que o órgão está aguardando as imagens do circuito de segurança do Terminal de Integração para tentar identificar as causas do acidente, como também o laudo de uma perícia que a Companhia de Policiamento de Trânsito (CPTran) realizou no local.
Araci classificou o acidente como uma fatalidade e ressaltou que o motorista é um profissional experiente, com cerca de 30 anos de trabalho, e sem nenhum registro de reclamação por mau atendimento a usuários. “Pelas informações que temos a idosa teria subido no coletivo e, de repente, teria tentado descer, vindo a sofrer o acidente. Por outro lado, entendemos que se o veículo estivesse com a porta fechada isso não teria ocorrido. São questões a serem apuradas”, explica.
A reportagem procurou ouvir a empresa Transnacional, mas nenhum diretor foi encontrado para falar sobre o acidente.
Idosos reivindicam atendimento melhor
Os idosos usuários do sistema de transporte coletivo de Campina Grande querem um atendimento de melhor qualidade. A reivindicação foi uma das deliberações da II Conferência Municipal dos Direitos dos Idosos, realizada em maio, e é direcionada para casos em que os motoristas não atendem as solicitações de parada e promovem arrancadas brustas dos veículos que desequilibram e ferem os idosos.
A gerente do Idoso da Secretaria de Assistência Social, Rosymary Medeiros, explica que as reclamações surgiram em todas as pré-conferência e se consolidaram numa das deliberações que serão encaminhadas a etapa estadual e ao prefeito Romero Rodrigues. Além de melhor tratamento por parte dos operadores dos coletivos, os idosos também cobram mudanças nas paradas que facilitem o embarque e o desembarque.
A STTP informa que não possui dados sobre reclamações de idosos sobre o atendimento dos operadores, porque eles não são separados das outras reclamações, mas reconhece que eles são frequentes e tem cobrado das empresas a realização de treinamentos para seus funcionários.
Saiba mais
Em maio do ano passado, um bebê de apenas um mês de idade teve o crânio afundado quando a mãe tentava descer de um ônibus, também no Terminal de Integração de Campina Grande. A criança ficou presa na porta do veículo e, segundo testemunhas, o motorista arrancou sem prestar socorros. O bebê, no entanto, passou por procedimentos cirúrgicos e não ficou com sequelas neurológicas ou estéticas.
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