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COTIDIANO

Natal é marcado pelo acidente

Tragédia de 1974 foi considerada a mais marcante para Campina Grande. Várias pessoas feridas ainda guardam a lembrança triste.

Publicado em 21/12/2014 às 8:00 | Atualizado em 14/03/2024 às 17:06

O Natal de 1974 ficou conhecido como o mais triste de Campina Grande não só para as famílias das vítimas, mas para várias pessoas que também vivenciaram a tragédia que marcou época. Além dos mortos, os incontáveis feridos da explosão ficaram guardados na memória de quem viu de perto o horror causado pela explosão do cilindro de hidrogênio. Iniciando na época sua carreira de mais de 40 anos no jornalismo, o fotógrafo Nicolau de Castro, 66 anos, foi o primeiro da imprensa a chegar no local, e logo ficou chocado com o que viu. “O que abalou mesmo a história de Campina Grande foi essa tragédia. Tanto é que nunca mais houve uma festa de rua na Campos Sales. Como não tinha unidade de medicina legal, os cadáveres iam para a ‘pedra’, que ficava ao lado da antiga Central de Polícia, e lá chegavam sacos com pedaços de gente dentro”, disse o fotógrafo.

De tão devastadora, Nicolau afirmou que ouviu a explosão de longe, e assim que foi avisado preparou seu material e foi registrar o momento. “Eu morava no Alto Branco naquele ano e ouvi a explosão. Assim que me avisaram que tinha vítima eu peguei a máquina fotográfica 6x6, com cada filme de 12 fotos, e fui pra lá. Quando eu cheguei já tinha passado um tempo, e estava aquela bagaceira. Foi um negócio tão sério que no hospital eu vi médico, que é tão acostumado a lidar com doença, chorando. Depois de até dez dias, ainda havia pedaço de gente em cima das casas, e o mau cheiro na rua. Era uma cena de guerra”, confirmou.

Segundo Antônio de Almeida, 71 anos, morador da rua José Adelino de Melo, local onde o cilindro estava instalado, o odor só sumiu completamente depois que os bombeiros lavaram os tetos das residências. Ele ainda aponta que durante vários meses muitas pessoas se reuniam na calçada da lateral da igreja para rezar um terço em memória das vítimas. “A explosão foi tão forte que a roda gigante quase vira. O parque estava cheio e eu vi no outro dia gente tirando pedaço de mão, perna de cima do telhado”, disse.

Uma dentre as centenas de crianças que estavam naquela tarde no parque, Gilson de Sousa, 45 anos, esteve próximo ao cilindro que causou a explosão, ficou maravilhado com os balões coloridos, mas momentos antes da tragédia saiu do local acompanhado da irmã de 9 anos e de mais três vizinhos. “Quando eu lembro hoje parece um sonho. Eu fiquei admirado com os balões coloridos, com forma de animais, mas em determinado momento eu pedi para ir ao banheiro. Minha irmã me levou e quando saíamos de lá, houve a explosão”, testemunhou Gilson.

Na época com 6 anos, Gilson afirma que ainda lembra de pessoas feridas, a nuvem de poeira no ar e uma imagem que está guardada em sua memória até os dias de hoje. “Quando você é criança guarda muitas imagens na memória.

A que eu nunca me esqueci foi de uma garotinha com um vestido verde limão todo sujo de sangue e chorando muito.

Não sei se era dela ou de alguém, porque foram muitos feridos, mas essa cena até hoje está guardada na minha mente”, acrescentou.

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Jornal da Paraíba

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