COTIDIANO
Ney Matogrosso é homenageado do Prêmio da Música Brasileira
Publicado em 19/07/2017 às 6:30 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:44
O Prêmio da Musica Brasileira será realizado nesta quarta-feira (19) no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O homenageado da edição 2017 é o cantor Ney Matogrosso.
Esse ano, o empresário José Maurício Machline teve dificuldades para realizar o evento, que já se tornou uma tradição entre os artistas. Para que a festa fosse viabilizada, os participantes aceitaram cantar e tocar sem cachê.
A escolha do homenageado faz justiça a um dos grandes artistas da música brasileira.
São mais de 40 anos de carreira, desde a explosão dos Secos e Molhados, em 1973.
Ney Matogrosso é um intérprete singularíssimo, com seu timbre vocal incomum e um absoluto domínio do palco. Começou pelo novo, depois buscou a tradição da canção popular. Esteve no topo das paradas, também fez discos nos quais o êxito comercial era o que menos importava. Tudo o que produziu tem uma marca de qualidade muito forte. Tem escolhas de um artista guiado pela liberdade de criação.
Visto de perto, Ney parece um homem tímido. O inverso do que há na sua admirável trajetória.
Escolhi seis discos para uma reaudição de Ney Matogrosso. Vamos a eles?
SECOS E MOLHADOS
De 1973. Primeiro dos dois discos dos Secos e Molhados, o grupo que revelou Ney Matogrosso. Foi um sucesso absoluto de crítica e público e uma grande ousadia em plena ditadura militar. Novo em sua proposta musical, novo também pela atitude.
ÁGUA DO CÉU - PÁSSARO
De 1975. Primeiro disco solo de Ney Matogrosso. O que ele faria depois dos Secos e Molhados? A resposta veio num LP que parecia ainda mais ousado do que o grupo desfeito. Com sua voz incomum, Ney se consolidava como um dos grandes da MPB.
NEY MATOGROSSO
De 1981. Comercialmente, foi o maior sucesso da carreira de Ney Matogrosso. Homem com H, do paraibano Antônio Barros, colocou Ney em primeiro lugar em todas as paradas. Depois, o artista saiu em excursão lotando os lugares onde cantava.
PESCADOR DE PÉROLAS
De 1987. Gravado ao vivo. Um Ney Matogrosso diferente. Na performance, no figurino, no repertório . Contido, colocando sua bela voz diante de um cancioneiro de clássicos populares. Ao seu lado, Arthur Moreira Lima, Paulo Moura e Rafhael Rabello.
NEY MATOGROSSO INTERPRETA CARTOLA
De 2002. Ney Matogrosso na maturidade debruçado sobre o repertório do grande sambista da Mangueira. Um dos seus muitos álbuns conceituais. Os sambas de Cartola recebem arranjos primorosos para essa leitura muito fiel aos originais.
BEIJO BANDIDO
De 2009. Arranjos camerísticos e sofisticados para um repertório impecável. Ney Matogrosso canta verdadeiros clássicos do cancioneiro popular. Alguns antigos, outros ainda recentes. O disco reafirma a extrema qualidade do seu trabalho.
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