COTIDIANO
Num livro, os 300 discos mais importantes da música brasileira
Publicado em 29/06/2018 às 7:03 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:43
Quando me perguntam sobre livros indispensáveis sobre a música popular brasileira, gosto de citar este aqui.
Sempre releio.
Sempre consulto.
"300 Discos Importantes da Música Brasileira” é um livro precioso. Foi organizado por Charles Gavin, que ficou conhecido como baterista do grupo paulistano Titãs e há anos se dedica à pesquisa sobre a memória da nossa música popular a partir dos discos.
Tárik de Souza, Carlos Calado e Arthur Dapieve foram convidados para escrever os textos, breves comentários sobre cada um dos 300 escolhidos. Ao lado do que os três escreveram, além de muitas fotografias dos artistas, temos as capas. Algumas reproduzidas no tamanho original dos velhos LPs. Um charme. E um verdadeiro deleite para os ouvintes do tempo do vinil.
300 discos. Uma boa quantidade para que as lacunas sejam evitadas. Há espaço para todos. Ou quase todos. Alguém pode sentir falta de um título da discografia de um determinado artista. Mas certamente ele estará presente de alguma maneira com um (ou mais de um) dos seus trabalhos.
As escolhas são criteriosas. Os textos, de ótima qualidade. O livro reconstitui a história de um pedaço muito importante da nossa produção musical. E ainda oferece, como complemento, listas individuais de discos que ficaram de fora, mas que poderiam ter entrado para os 300 mais importantes.
Autores que interpretam suas composições, cantores e cantoras, grandes solistas da música instrumental, os nomes que brilharam antes da Bossa Nova, os que foram revelados a partir da invenção de João Gilberto, os da era dos festivais, os tropicalistas, as estrelas do rock nacional, as revelações dos últimos anos. Encontraremos cada um destes no trabalho organizado por Gavin.
Quem conhece o programa “O Som do Vinil” sabe da seriedade com que o baterista cuida da memória dos nossos discos. A série transporta para a linguagem da televisão o que temos no livro. E torna a leitura ainda mais prazerosa. Um produto acaba enriquecendo o outro.
Se procurarmos por “Chega de Saudade”, de João Gilberto, o disco estará lá. Como “Construção”, de Chico Buarque. Ou “Clube da Esquina”, de Milton Nascimento. Também o LP tropicalista de Caetano Veloso. Ou o disco do fardão, de Gilberto Gil. E ainda o “Samba Esquema Novo”, de Jorge Ben. Assim como “Nervos de Aço”, de Paulinho da Viola, e “Academia de Danças”, de Egberto Gismonti.
Se pensarmos nos paraibanos, vários estão lá. Jackson do Pandeiro, Sivuca, Geraldo Vandré, Zé Ramalho, Chico César – nossos conterrâneos e seus trabalhos mais significativos.
Um levantamento que faz justiça aos artistas e orgulha os ouvintes.
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