COTIDIANO
Número de homicídios em CG aumentou 40% em 2010, revela promotor
Levantamento feito pelo promotor Herbert Targino, indicou que a maioria das vítimas são crianças, adolescentes e jovens
Publicado em 06/08/2010 às 17:44
Jorge Barbosa
O número de homicídios na cidade de Campina Grande, somente nesses primeiros sete meses do ano, cresceu 40% em relação ao ano passado. Em 2009 foram registrados 141 assassinatos, enquanto que somente nesse ano, de 1° de janeiro até 6 de agosto, foram registrados já 101 homicídios. Dessa forma, em 18 meses, Campina Grande registrou 242 assassinatos. Os dados foram apresentados nessa sexta-feira (6) pelo promotor Herbert Targino, curador da Infância e Juventude de Campina Grande. Ele se mostrou preocupado com o alto índice e está cobrando medidas urgentes.
O mais preocupante, segundo o promotor de justiça, é que a maior parte das vítimas são jovens abaixo de 25 anos, crianças e adolescentes. Esse grupo represente um total de 51% das vítimas, conforme o levantamento feito pelo promotor. “É um índice preocupante”, declarou Targino. “Os Conselhos de Segurança de Campina Grande, compostos de pessoas representativas das zonas Leste, Oeste, Sul e Norte buscaram a Promotoria da Infância e Juventude, face o percentual de jovens acometidos por homicídios nesta cidade, para discutir essa grave questão”.
De acordo com os dados, uma pessoa é morta em Campina Grande a cada 48 horas, sendo que mais da metade são jovens. De acordo com o promotor, Campina Grande já se apresenta como a 10ª cidade do Brasil em relação ao número de homicídios de crianças e adolescentes, com taxa de 51,6% .
Preocupado com essa crescente violência principalmente nessa camada social, o promotor Herbert Targino está propondo ações para reduzir o índice. Entre elas estão a reestruturação das Delegacias de Homicídios e da Repressão aos Crimes contra a Infância e Juventude de Campina Grande. “Essa é uma medida que se faz urgente”, disse o curador. Segundo ele, a desativação da Delegacia Adjunta de Homicídios de Campina está colaborando com o acúmulo de inquéritos policiais, e de não apuração.
Conforme explicou Targino, o número que a polícia consegue identificar relacionado a autores dos homicídios está baixíssimo. “Veja-se, em 2010, do total de 101 inquéritos de homicídios ocorridos, apenas 35 inquéritos foram concluídos e remetidos à Justiça, segundo registros da Delegacia de Homicídios”, informou.
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