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COTIDIANO

OAB vai apurar crime de trânsito envolvendo advogado em JP

Segundo a Polícia Militar, advogado tentou fugir de blitz, atropelou um policial e se recusou a fazer o teste do bafômetro; CNH foi apreendida.   

Publicado em 27/02/2016 às 18:05

“Vamos apurar os fatos”. Foi o que prometeu o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Paraíba (OAB-PB), Paulo Maia, sobre um possível crime de trânsito envolvendo o advogado Márcio Maranhão na noite de sexta-feira (26), no bairro de Jaguaribe, em João Pessoa. A versão oficial repassada pela Polícia Militar, através do major Cristóvão Lucas, é de que o advogado, ao tentar fugir de uma blitz, desviou o carro e atropelou um policial que estava na operação. Ele se recusou a fazer o teste do bafômetro e foi levado para a delegacia. De acordo com a PM, o policial sofreu ferimentos leves e passa bem.

Neste sábado (27), por telefone, Márcio Maranhão disse que não viu a blitz porque a rua estava muito escura. A ocorrência foi registrada por volta das 23h50. “Quando eu virei à direita, encostei em uma moto e imediatamente parei o carro. O policial não teve nada, ele não ficou ferido como estão dizendo. Estou sofrendo um 'linchamento moral' por isso”, declarou. O advogado, que estava na companhia de uma mulher, segundo a PM, admitiu que se recusou a fazer o teste do bafômetro. “Eu havia saído de um jantar no qual tomei uma taça de vinho”, justificou. Maranhão disse que pelo fato recebeu uma infração administrativa na Central de Polícia e que tudo parecia resolvido.
A Polícia Militar, por sua vez, disse que causou estranheza o advogado não ter sido autuado na esfera criminal, embora tenha sido na administrativa. O advogado teve a carteira de motorista apreendida e recebeu uma multa, com base no art. 277 do Código de Trânsito Brasileiro. O major disse ainda que o advogado fez um acordo para fazer o conserto da motocicleta. Diante do ocorrido, a PM informou que vai fazer uma representação junto à Ordem. "Vamos procurar a OAB. Não podemos esquecer que dois policiais morreram em situações semelhantes nos últimos anos na capital", declarou o major. A reportagem não conseguiu falar com a Polícia Civil para pedir esclarecimentos sobre o que realmente aconteceu na delegacia.
O presidente da OAB disse que, diante das versões divergentes, não vai se manifestar sobre o caso neste momento. Maia destacou que o advogado Márcio Maranhão tem excelente reputação e que nunca houve nada que desabonasse sua conduta. “Muito pelo contrário. O que posso dizer é que ele sempre fez um excelente trabalho. Nunca houve nada que viesse a comprometer o nome dele”, pontuou Maia.
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Jornal da Paraíba

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