COTIDIANO
Olavo Rodrigues nega prática de nepotismo no Treze e diz que não se opõe a renunciar
Presidente do Galo afirmou que caso o Conselho Deliberativo do clube ache necessária a renúncia, ele não irá se opor.
Publicado em 20/05/2022 às 12:23
Olavo Rodrigues, presidente do Treze, decidiu falar sobre a acusação que sofreu sobre ter descumprido o estatuto do clube ao empregar um filho seu no Alvinegro. Em entrevista coletiva na sala de imprensa do Estádio Presidente Vargas, ele rebateu algumas declarações feitas pelo seu vice-presidente, Artur Bolinha, em relação a esse possível caso de nepotismo. Olavo negou que seu filho tenha um cargo oficial no Galo e não descartou renunciar a sua condição de presidente, caso o Conselho Deliberativo considere o melhor para o clube.
Olavo garantiu que seu filho nunca teve contrato, mas que exercia atividades administrativas de forma voluntária, que posteriormente passaram a ser pagas pelo vice-presidente, Artur Bolinha. O presidente falou também sobre outras questões que se passaram nos cinco meses de gestão, desde que ele assumiu o Treze.
Olavo Rodrigues abriu a coletiva com um versículo da bíblia: "Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará". Assim, ele seguiu dando a sua versão sobre tudo o que aconteceu dentro do Treze no período em que ele esteve presente, até quando precisou se afastar, por conta da Covid-19 e também de um derrame no olho esquerdo.
O ponto principal da fala de Olavo foi em cima da afirmação de seu vice-presidente, Artur Bolinha, que em um vídeo publicado em suas redes sociais disse que o mandatário empregou um filho no clube, o que seria considerado prática de nepotismo, e que fere o artigo nº 105 do estatuto do Treze. Olavo rebateu e disse que seu filho nunca teve contrato algum com o Galo, mas admitiu que ele exercia trabalho administrativo de forma voluntária, que posteriormente passou a ser gratificado pelo próprio Artur Bolinha.
"Aqui no Treze, Fernando Gaúcho era quem fazia a parte burocrática, e outra funcionária que era ligada a ele, com um salário de R$ 5 mil dele e R$ 2 mil da auxiliar. Essas duas pessoas faziam a parte burocrática. Todo esse cavalo de batalha que está sendo feito aqui é por conta de meu filho. Ele concluiu recentemente Administração de Empresas, tem ampla experiência administrativa em burocracia, pediu para fazer essa parte burocrática e não haveria custos. Ele estava aqui de manhã, de tarde e de noite. Não poderia haver contrato para ele, como não houve. Ele não foi e não é funcionário do clube, não tem contrato, ele não tem vínculo com o Treze. Apenas ele vinha inicialmente colaborar e assumiu a burocracia do clube toda. E tudo era encaminhado para Artur Bolinha, que achou por bem gratificá-lo. E assim foi feito. Ele recebia uma gratificação por toda a atividade que desempenhava", disse Olavo.
Neste sábado, haverá uma reunião extraordinária convocada pelo Conselho Deliberativo do clube — essa reunião estava marcada para a segunda-feira, mas foi antecipada em dois dias. Dentre os assuntos da pauta, está programada a discussão acerca dessa denúncia, que pode até resultar no impeachment de Olavo. O presidente seguiu falando sobre o caso, afirmou que não atacaria Artur Bolinha e que, se for decidido pelo Conselho que a melhor saída para o clube é sua renúncia, ele não se oporá.
"Não vou falar mal do nosso vice-presidente. Todos esperam que eu diga tudo, culpe Bolinha. Dos cinco meses de gestão, eu estive à frente em apenas dois, dezembro e janeiro. Sobre o Paraibano, eu chamei a responsabilidade para mim, eu não joguei a culpa em ninguém, eu assumi a responsabilidade de o Treze não ter conseguido o calendário do ano que vem, não culpei Bolinha, mesmo eu não estando aqui. O Treze tem uma pré-Copa do Nordeste para montar um time daqui para o mês de junho; temos que entrar forte, para não acontecer o desastre como no ano passado. Se ele quiser ser o presidente, no próximo sábado vai haver a reunião do Conselho... Ele propôs em um programa de TV a saída para resolver os problemas: "Olavo não tem mais condições de estar à frente do Treze, está doente". Ele disse que a saída é fazer novas eleições. Se o Conselho assim entender, eu não serei obstáculo", pontuou.
Na coletiva, Olavo ainda entrou em outras questões, como a efetivação de Suélio Lacerda para o cargo de treinador. O presidente afirmou que, quando levou Suélio para o Treze, era única e exclusivamente para assumir o cargo de coordenador técnico, que em momento algum quis o profissional como treinador. Ainda disse que a saída de Flávio Barros e do auxiliar Capitão, quatro dias antes do início do Paraibano, gerou revolta no elenco.
Outro assunto foi os uniformes do time, ponto extremamente criticado por toda a torcida, em relação ao modelo para a temporada. Segundo Olavo, ele já havia preparado uma camisa com uma empresa de João Pessoa, mas que Artur Bolinha, por ser do ramo lojista, pediu para assumir essa responsabilidade e chegou já com as famosas camisas listradas prontas, com 1.500 unidades confeccionadas, e que a rejeição do torcedor foi tão grande que apenas 300 foram vendidas, o que ele considera um fracasso.
A reunião do Conselho Deliberativo do Treze está marcada para as 19h30 deste sábado e pode mudar o cenário político do Alvinegro, que aguarda, ainda para este ano, a confirmação da sua participação na pré-Copa do Nordeste.
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