COTIDIANO
Oposição síria pede armas e ganha apoio em encontro
Grupo de opositores do regime de Bashar Al Assad, pediram armas e apoio para lutar contra a repressão no país.
Publicado em 25/02/2012 às 6:30
Membros da oposição síria pediram ontem que a comunidade internacional dê armas e munição aos grupos rebeldes, equipando a insurgência contra a repressão do regime de Bashar Al Assad. O apelo do Conselho Nacional Sírio, feito durante encontro do grupo autodenominado "Amigos da Síria", na Tunísia, recebeu aceno da Arábia Saudita.
Saud al Faisal, ministro do Exterior, considerou o pedido "uma ótima ideia". "Eles têm de se proteger", disse. O Exército Livre Sírio, composto de desertores, já faz contrabando de armas no mercado negro. Mas não há, hoje, apoio militar formal da comunidade internacional.
O regime de Assad reclamou repetidas vezes do que diz ser uma conspiração internacional para sua queda. A oposição síria recebeu outro sinal positivo ontem, após William Hague, chanceler britânico, ter dito que o país irá reconhecer a oposição como "representante legítimo do povo sírio".
Paralelamente, Ahmet Davutoglu, ministro do Exterior da Turquia, pediu que o restante do mundo encontre uma maneira de negar ao regime sírio "os meios com que perpetra atrocidades contra o povo". "Temos de encontrar modos de forçar um embargo de armas", afirmou.
Outras nações fizeram propostas durante a reunião dos "Amigos da Síria", incluindo a sugestão de uma saída negociada de Assad - que poderia se exilar na Rússia.
A liderança do Conselho Nacional Sírio, porém, mostrou-se decepcionada com o encontro e afirmou, ontem, que o evento não atingiu as expectativas do povo sírio.
O Brasil participou do encontro enviando Luiz Eduardo Mayer Ferreira, número dois da sua embaixada na Túnisia.
Além da reunião dos "Amigos da Síria", a insurgência do país teve outra vitória diplomática, com a declaração do grupo palestino Hamas de que apoia a revolta no país. "Faço saudação ao povo heroico da Síria, que luta por liberdade, democracia e reforma", afirmou Ismail Haniyeh, líder do Hamas.
Ao endorsar os rebeldes, o Hamas deu as costas publicamente a Assad, aliado de longa data. Dessa maneira, o ditador perdeu um de seus únicos pontos de apoio sunita no mundo árabe, tornando-se ainda mais isolado.
RESGATE
Um porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha afirmou, ontem, que foi dado início à retirada dos feridos e adoentados em Homs, além de mulheres e crianças.
A cidade, sitiada, está sob fogo intenso a mando do regime sírio.
Morreram ali, na quarta-feira, o fotógrafo francês Remi Ochlik e a jornalista americana Marie Colvin.
Segundo ativistas, morreram ontem na Síria ao menos 93 pessoas, durante embates.
Em março, os conflitos na Síria completam um ano. Há denúncias de violações de direitos humanos.
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