Otan aceita assumir o comando das operações na Líbia

Do G1

A Otan assumirá o comando de todas as operações militares na Líbia, anunciou neste domingo (27) um dirigente da Aliança Atlântica ao término de uma reunião dos 28 embaixadores de seus países-membros em Bruxelas.

"A Otan decidiu hoje (domingo) implementar todos os aspectos da resolução 1973 da ONU para proteger os civis e as zonas povoadas de civis, ameaçados por ataques por parte do regime do coronel Kadhafi", declarou um representante da Otan que não quis ser identificado, de acordo com informações da agência AFP.

A Otan já havia concordado na quinta-feira assumir a manutenção da zona de exclusão aérea e controlar com uma operação naval a aplicação do embargo de armas, também em conformidade com o mandato das Nações Unidas.

Até agora, o controle da zona de exclusão aérea e a proteção da população civil estavam a cargo de uma coalizão de voluntários liderados por França, Grã-Bretanha e Estados Unidos. O tenente-general Charles Bouchard, da Força Aérea Canadense, será responsável pelas operações da Otan na Líbia, informa a agência EFE. Bouchard é atualmente o vice-chefe do Comando Conjunto Aliado de Nápoles (Itália), onde as ações são dirigidas no país norte Africano.

Combates

Forças leais ao líder líbio, Muammar Kadhafi, lutaram com rebeldes no centro de Misrata neste domingo (27), disse um rebelde à Reuters. "Durante todo o dia ouvimos combates entre os rebeldes e as forças de Gaddafi na área da rua Tripoli, no centro da cidade", disse o rebelde, chamado Sami, à Reuters, por telefone. "Ouvimos tanques, morteiros e armas sendo usadas. Isso continua agora. Não há mortos por enquanto hoje", afirmou.

"Como houve pesados confrontos hoje ainda podemos ter mortes", afirmou. "Os rebeldes querem continuar com sua investida e homens de Kadhafi estão todos juntos fora da cidade. Mas precisamos de mais tempo porque os franco atiradores estão posicionados nos telhados", afirmou.

Misrata, no caminho entre a capital Trípoli e Sirte, é submetida a bombardeios intensivos desde sábado pelas forças leais a Kadhafi, segundo informações dadas à AFP por um porta-voz dos rebeldes na sede em Benghazi, que pediu ajuda.

Um médico na cidade disse à AFP que 117 pessoas morreram desde 18 de março na cidade, que está sob o comando dos rebeldes.