COTIDIANO
Pai de atropelador de Rafael Mascarenhas presta depoimento
Ele teria pago propina a PMs para liberar carro do filho. Músico morreu após ser atropelado dentro de túnel.
Publicado em 06/08/2010 às 10:25
Do G1
O pai do rapaz que confessou ter atropelado o músico Rafael Mascarenhas, Roberto Bussamra, presta depoimento no escritório de seu advogado no Centro do Rio nesta sexta-feira (6). Segundo o relações públicas da PM, tenente-coronel Henrique Lima Castro, o atropelador e seu irmão também devem prestar depoimento. Os depoimentos fazem parte do inquérito da Polícia Militar que apura uma susposta cobrança de propina de dois policiais militares para liberar o carro de Rafael Bussamra.
O advogado da família Bussamra, Spencer Levy não confirmou os depoimentos do irmão e de Rafael.
Rafael Mascarenhas morreu após ser atropelado dentro do Túnel Acústico, na Zona Sul do Rio no dia 20 de julho. Ele andava de skate com amigos no local, que estava com um trecho fechado para manutenção.
Em depoimento à Polícia Civil, Roberto Bussamra, pai de Rafael Bussamra, contou que o filho foi coagido a pagar propina para os policiais. A delegada Bárbara Lomba afirmou que os policias podem ser acusados por corrupção passiva e Rafael e Roberto Bussamra por corrupção ativa. Rafael Bussamra ligou para o pai, que pagou R$ 1 mil aos policiais após o acidente. O pedido dos policiais, segundo ele, teria sido de R$ 10 mil.
O sargento Marcelo Leal e o cabo Marcelo Bigon estão presos preventivamente desde o dia 28 de julho. O advogado Ekner Maia, que representa o sargento Marcelo Leal afirmou no dia 30 que seu cliente não participou e desconhece qualquer tipo de negociação envolvendo dinheiro com a família do atropelador.
O advogado Claudenor de Brito, que faz a defesa do cabo Marcelo Bigon, também negou a participação do PM no esquema de propina.
Segundo os advogados dos policiais, integrantes da corregedoria da PM e da Justiça Militar foram até ao Batalhão Especional Prisional no dia 30, onde o cabo e o sargento estão presos, para ouvi-los. No entanto, os PMs alegaram que só vão falar sobre o caso em juízo.
Ekner Maia aguarda o inquérito para conhecer melhor as acusações de Roberto Bussamra. Segundo ele, o sargento Marcelo Leal, assim como o cabo Marcelo Bigon, não sabiam que o túnel Acústico estava interditado para o tráfego de veículos no dia do acidente.
"O que eu posso afirmar é que o sargento só ficou sabendo dessa acusação de propina pela imprensa. Em relação à ida deles a Rua Pacheco Leão, só posso dizer que a rua faz parte do itinerário de ronda deles, e não tenho mais detalhes porque não tive acesso ao inquérito", declarou o advogado.
Polícia aguarda laudo
A chefia de investigação da 15ª DP (Gávea), onde o caso foi registrado, aguardam para o início de agosto os laudos da perícia no carro de Rafael Bussamra e da reconstituição do atropelamento. Para a polícia, os laudos são complementares. A delegada Bárbara Lomba afirmou que aguarda provas e laudos para indiciar o motorista Rafael Bussamra que pode responder por homicídio culposo ou doloso.
Investigação
No mesmo dia do acidente, Rafael Bussamra, de 25 anos, se apresentou à polícia e confessou ter atropelado o músico. Em depoimento, ele contou que prestou socorro ao filho da atriz e que foi liberado pela polícia. Outros três jovens que estavam no carro de Rafael Bussamra e no de seu amigo prestaram depoimento. Todos negaram estar participando de um “pega”.
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