COTIDIANO
Paraibana é acusada de comandar milícias no Rio
Maria do Socorro é viúva do policial Félix Tostes e é apontada pela polícia do Rio de Janeiro como comandante de um grupo de milícias paramilitares que aterroriza favelas cariocas.
Publicado em 26/11/2008 às 8:49
João Paulo Medeiros
Do Jornal da Paraíba
A paraibana Maria do Socorro Barbosa, de 42 anos, foi ferida com quatro tiros no final da manhã da última segunda-feira, na Avenida Engenheiro de Souza Filho, em Jacarepaguá, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, capital do Estado. Segundo a polícia, Maria do Socorro é viúva do policial Félix Tostes e é apontada pela polícia do Rio de Janeiro como comandante de um grupo de milícias paramilitares que aterroriza favelas cariocas. A paraibana foi atingida pelos disparos no momento em que passava em seu veículo Toyota Hilux em companhia do namorado Jéfferson Martini, de 26 anos. Ela falava ao telefone no instante dos disparos.
Após o atentado, a vítima foi socorrida para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, localizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do município do Rio de Janeiro, Maria do Socorro foi submetida a uma cirurgia para a retirada de balas que atingiram o fígado, o abdômen e o diafragma, mas conseguiu se recuperar rapidamente e não corre risco de morte, tendo sido transferida a pedido da família para uma unidade de saúde particular, que não teve o nome revelado.
A paraibana era tida como a principal testemunha do assassinato de seu ex-marido, ocorrido em fevereiro de 2007, em que ele foi morto com 34 tiros. De acordo com a polícia, com a morte do inspetor Félix Tostes a mulher teria assumido o comando das milícias na favela Rio das Pedras.
O atentado à empresária teria sido praticado por dois homens não identificados, que estavam em uma motocicleta e conseguiram atingir a vítima no abdômen, ombro esquerdo e no braço. Para os policiais da 32ª Delegacia de Polícia de Jacarepaguá, a tentativa de homicídio pode ter sido planejada e executada por ex-policiais e policiais que integram outras milícias rivais ao grupo comandado pela paraibana.
Maria do Socorro também teria se desentendido com os integrantes de milícias rivais pela disputa do controle da empresa RP 2006 Distribuidora de Gás, uma herança deixada por seu ex-marido. A empresa, conforme a polícia do Rio, movimentava cerca de R$ 3,4 milhões por mês.
A paraibana é natural do município de Lagoa Seca, no Brejo paraibano. No entanto, de acordo com o delegado da cidade, Jorge Luís, não há nenhum registro de ocorrência registrada com o nome de Maria do Socorro na delegacia e não foi feito nenhum tipo de contato entre as polícias carioca e local. Segundo ele, a hipótese mais provável é de que a paraibana tenha saído do município bem cedo, não deixando laços familiares.
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