Paralisia de PM baleado em sequestro é irreversível, dizem médicos

Karoline Zilah

A equipe médica do Hospital de Emergência e Trauma, em João Pessoa, deu entrevistas na manhã desta quarta-feira (31) informando que o soldado da Polícia Militar Joelton Ribeiro Carneiro, de 23 anos, está paraplégico. Ele foi atingido por um tiro no pescoço durante um sequestro ocorrido na noite da terça em um condomínio residencial no bairro de Cabo Branco.

Veja flagras do drama vivido em Cabo Branco durante sequestro

O disparo de arma de fogo atingiu a região cervical, comprometendo a medula óssea. Segundo os médicos, o quadro é irreversível, o que significa que o soldado perdeu os movimentos nas pernas e não voltará a andar. O estado de saúde de Joelton é grave, porém estável. Ele está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e respira com a ajuda de aparelhos.

O governador José Maranhão (PMDB) esteve nesta manhã no Trauma prestando solidariedade à família do policial militar, que estava bastante abatida. Em palavras de conforto, ele parabenizou a bravura de Joelton Ribeiro ao enfrentar a situação.

Maranhão também elogiou a atuação da Polícia Militar no gerenciamento de crise mediante sequestros, lembrando o caso em que assaltantes fizeram mais de 30 pessoas reféns em um ônibus. As negociações foram lideradas com estratégia, o que resultou na libertação de todos, sem nenhum ferido, e na prisão dos acusados.

Recentemente, a PM paraibana ministro um curso para a Tropa de Elite da Polícia Militar do Rio de Janeiro onde foram dadas instruções sobre como proceder mediante assaltos com reféns.

Polícia Civil também se solidariza

A Associação dos Policiais Civis de Carreira também manifestou solidariedade à situação de Joelton. Confira na nota oficial divulgada à imprensa:

NOTA DE SOLIDARIEDADE

A ASSOCIAÇÃO DOS POLICIAIS CIVIS DE CARREIRA DA PARAÍBA – ASPOL/PB, vem por meio desta solidarizar-se com o Soldado PM Joelton Ribeiro CARNEIRO, atingido por covardes bandidos durante seqüestro ocorrido em nossa Capital no dia de ontem. Tal situação trágica poderia ser minorada se houvesse a devida disponibilização de equipamento de proteção, bem como demonstra o grau de risco que é a atividade policial em qualquer graduação que seja, devendo servir para que a sociedade reflita sobre se o tratamento remuneratório dispensado aos policiais pelo Governo Estadual pode ser considerado digno.

Quanto vale a vida de um ser humano, servidor público e que arrisca a sua própria vida para defender a vida alheia? Certamente muito mais do que é pago pelo Estado a um profissional de segurança pública. Apresentamos à família a nossa solidariedade, nos colocando ao dispor para exigirmos do Governo do Estado que preste toda a assistência necessária e que não economize esforços para restabelecer a saúde do companheiro militar.

João Pessoa, 31 de março de 2010.