COTIDIANO
Passeata pede justiça por Aryane; defesa diz haver maníaco em JP
Passeata em Jaguaribe protesta contra morte de jovem que estava grávida. Advogado do ex-namorado dela e principal suspeito acusa Segurança Pública de desviar atenções.
Publicado em 22/04/2010 às 8:45
Karoline Zilah
Familiares e amigos de Aryane Thaís Carneiro de Azevedo, de 22 anos, assassinada no dia 14 de abril, organizam uma passeata pelas ruas de Jaguaribe, na Capital nesta quinta-feira (22), com o objetivo de pedir justiça pela morte da jovem, que estava grávida.
O principal suspeito de participação no crime, seu ex-namorado Luís Paes de Araújo Neto, de 23 anos, continua detido por força de um mandado de prisão preventiva. A delegada Ilmara Bezerra Gomes, adjunta de Delegacia de Homicídios, acredita que ele poderia atrapalhar as investigações caso estivesse em liberdade.
De acordo com Talita Carneiro, irmã de Thaís, a manifestação sairá da avenida Monsenhor Almeida, por trás do Fórum Cível de Jaguaribe, por volta das 16h. “Contamos com a presença da população para que o nosso grito por justiça possa ser ouvido”, afirmou.
Talita disse esperar que a morte da irmã não caia no esquecimento e que não vire apenas mais uma dentre tantas já ocorridas no Estado. “Vamos dar um basta em toda essa violência, por isso é fundamental que cada um possa se unir nesse momento tão difícil para todos nós”, disse.
"Há um maníaco à solta", diz advogado
O suspeito de cometer o assassinato iria dar uma entrevista coletiva à imprensa, mas foi preso antes de se pronunciar. Ele apresentaria sua versão para a noite em que teve o último encontro com Aryane Thaís, horas antes dela ser encontrada morta, provavelmente por esganadura, como diz a polícia, às margens da BR-230.
Em conversa com a reportagem do Paraíba1, o advogado de defesa Aluísio Lucena afirmou que o acusado está apavorado nestes dias em que permanece detido na Central de Polícia, em meio a 'bandidos'.
Aluísio levantou discussão sobre algumas questões ainda sem respostas, como o fato de ter sido encontrado ao lado do corpo de Aryane um jaleco da Faculdade de Enfermagem São Vicente de Paula. "Se Aryane não estudava nesta faculdade, o que aquele jaleco estava fazendo lá?", questionou.
A defesa de Luís Paes alega que a Secretaria Estadual de Segurança, por meio do secretário Gustavo Gominho, não estaria investigando o caso a fundo.
Para ele, há ligações entre a morte de Aryane e de Adriana Santos Magno, de 31 anos, encontrada no Altiplano, também em João Pessoa, cinco dias depois. “Há um maníaco à solta na cidade, mas a segurança pública quer desviar a atenção para culpar um inocente”, acusou o advogado.
O delegado responsável pelas investigações sobre a empregada doméstica Adriana, Giovani Giacomelli, da 10ª Delegacia Distrital de Tambaú, disse não ter pistas ainda sobre o autor do crime, mas descartou que houvesse alguma relação com o Caso Aryane.
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