COTIDIANO
Pastor evangélico é acusado de escravizar adolescente paraibano
Adolescente de 17 anos foi levado ao Rio Grande do Sul, onde estaria trabalhando sob intensa vigilância e sem receber salário.
Publicado em 22/09/2010 às 16:18 | Atualizado em 26/08/2021 às 23:34
Da assessoria do MPT
O Ministério Público do Trabalho na Paraíba está investigando denúncia de que um adolescente de 17 anos, natural de Serra Branca, estaria sendo vítima de trabalho análogo ao de escravo no município de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. O menor teria sido cooptado em Soledade, onde fora visitar uma tia, e levado inicialmente ao município de Patos por um pastor evangélico com atuação naquele município.
A denúncia foi feita pelo Conselho Tutelar de Serra Branca ao Ministério Público Estadual, que pediu a atuação do MPT no caso.
O adolescente teria sido atraído pela promessa de emprego em Patos, onde também se serviria de uma moto. Cerca de um mês depois, o garoto foi levado ao Rio Grande do Sul, onde estaria trabalhando sob intensa vigilância e sem receber salário. Mesmo assim, ele conseguiu telefonar para a família, avisando de suas condições degradantes. Os pais decidiram, então, procurar o Conselho Tutelar de Serra Branca para providenciar a remoção do filho.
O procurador do Trabalho Eduardo Varandas, que está temporariamente atuando na Procuradoria do Trabalho no Município de Campina Grande (PTM-CG), decidiu abrir procedimento preparatório de inquérito civil e expediu ofício à Polícia Federal de Patos requerendo informações sobre todos os dados do pastor acusado. Também solicitou da polícia civil de Passo Fundo a abertura de inquérito policial e do MPT no Rio Grande do Sul atuação no sentido de apurar os fatos.
“Vamos atuar com rigor no caso. Contudo, é lametável que, em pleno século XXI, o Brasil remanesça com a chaga da escravidão maculando sua bandeira”, comentou o procurador Eduardo Varandas.
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