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COTIDIANO

Pena máxima para Lindemberg

Assassino confesso da ex-namorada Eloá foi condenado a 98 anos e dez meses de prisão.

Publicado em 17/02/2012 às 8:34


Frio, egoísta e vaidoso. Assim a juíza Milena Dias classificou o paraibano Lindemberg Alves Fernandes, 25 anos, momentos antes de anunciar a pena: 98 anos e dez meses de prisão.

Assassino confesso da ex-namorada Eloá Pimentel, 15 anos, Lindemberg foi considerado culpado por todos os crimes dos quais foi acusado: homicídio (de Eloá), tentativa de homicídio (da amiga Nayara), cárcere privado e disparo de arma de arma de fogo.

O resultado foi divulgado na tarde de ontem pela juíza Milena Dias, após quatro dias de um julgamento marcado por críticas à polícia e à imprensa e por um intenso bate-boca entre acusação e defesa.

A advogada de defesa Ana Lúcia Assad disse que vai pedir a anulação do julgamento. Ela também poderá ter problemas com a Justiça porque, em um dos dias do júri, mandou a juíza voltar a estudar. A magistrada pedirá ao Ministério Público que a denuncie por injúria e difamação. O último dia de júri foi marcado pelo debate entre defesa e acusação sobre as provas e testemunhos apresentados ao longo do julgamento.

A promotora Daniela Hashimoto tentou demonstrar que Lindemberg premeditou o crime: comprou arma, manteve Eloá e seus amigos em cárcere privado e atirou para matar na ex-namorada, em Nayara Rodrigues da Silva e em um policial com quem fazia a negociação. Tudo isso porque a considerava um "objeto" e não aceitava o final do namoro, afirmou a promotora.

Já a defesa tentou sustentar a tese de que a morte de Eloá, embora cometida por ele, foi acidental. Ele teria atirado porque assustou-se com a invasão da polícia. Com isso, o crime passaria de doloso (com intenção de matar) para culposo (sem intenção), o que reduziria a pena final.

Ela também enfatizou, como prometia desde antes do início do julgamento, que parte da imprensa e dos policiais que participaram da ação eram corresponsáveis pelo desfecho trágico do crime. "Juridicamente, eu não posso colocá-los sentados ao lado dele. Mas moralmente posso", disse aos jurados.

Esse foi o ponto alto da argumentação da defensora, que usou o debate para se defender de críticas que disse ter recebido da acusação e da mídia. Segundo Assad, ela teria sido retratada como "burra", "despreparada" e "louca".

DEDO NO GATILHO
Já a promotora usou recursos dramáticos, com gesticular em direção aos jurados e ao público com a arma do crime, descarregada, em mãos. No momento em que ela descrevia o instante do crime, puxou o gatilho, simulando os tiros dados pelo réu no dia da invasão.

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Jornal da Paraíba

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