COTIDIANO
Petrúcio diz que Monteiro tem dinheiro, mas faltam projetos
Petista faz duras críticas a atual prefeita Lourdinha Aragão e denuncia irregularidades em concurso e desmandos na atual administração.
Publicado em 06/08/2008 às 14:33 | Atualizado em 26/08/2021 às 23:43
Phelipe Caldas
Enviado especial em Monteiro
O terceiro candidato à Prefeitura de Monteiro a participar da série de entrevistas que a Rede Paraíba de Comunicação realiza nesta quarta-feira (6) foi o advogado petista Petrúcio Brito (foto), que declarou seu “compromisso com Monteiro” como principal motivo para “expor seu nome à avaliação popular”. Ele fez questão de declarar o respeito que tem a seus adversários, e se disse pronto para governar Monteiro e para discutir sobre qualquer questão relevante para o município. Ao longo da entrevista, ele manteve um bordão que foi muito utilizado pelo candidato: “Dinheiro existe. O que faltam são projetos para Monteiro”.
Os temas sorteados para serem explanados por ele foram agricultura, saneamento, orçamento, saúde, desemprego, segurança, cultura e corrupção. Ao longo de suas falas ele fez inúmeras referências elogiosas ao Governo Lula, e em contraponto a isto ele também fez inúmeras críticas à atual gestão em Monteiro, que tem a frente a prefeita Lourdinha Aragão.
No que diz respeito a agricultura, ele falou das péssimas condições das estradas do município e criticou a forma errônea como os recursos municipais são geridos. Petrúcio enfatizou que em Monteiro falta distribuição de sementes e que os programas de incentivo a agricultura foram marcados recentemente por denúncias de possível superfaturamento. “Faltam políticas específicas para esta área do município de Monteiro”, destacou.
Em relação ao saneamento básico, ele disse que a cidade padece de infra-estrutura urbana, e que por isto é imprescindível discutir urgentemente com o povo para resolver estes problemas.
Dando continuidade à sabatina, o petista falou sobre orçamento, e disse que com R$ 12 milhões por mês de arrecadação, Monteiro teve “progressos muito tímidos nos últimos quatro anos”. Para ele, “falta comprometimento político da atual administração monteirense para fazer a cidade crescer”.
Sobre a saúde pública da cidade, Petrúcio enfatizou que os nove PSFs da cidade vivem de maquiagem, fazendo propaganda de uma realidade que não existe. Para ele, a principal dificuldade é a falta de incentivos aos médicos locais, que acabam saindo para atuar em outras cidades. Ele criticou também a falta de leitos em UTIs. “É triste ver que esta realidade é fruto de uma gestora que é medica”.
O outro tema exposto pelo candidato petista foi o desemprego, que defendeu a realização de outras parcerias públicas privadas para incentivar a criação de novos empregos. Ele exigiu também que os concursos públicos fossem geridos de forma idônea e denunciou possíveis irregularidades no último concurso realizado pela prefeita Lourdinha Aragão.
“Naquela oportunidade pareceu mais a tele sena, pois foram aprovados quem fez mais e quem fez menos pontos. Isto é um absurdo que fere a impessoalidade do processo”, destacou.
Na área de segurança pública, ele foi o único a dizer que o município tem sua obrigação formal no assunto, pelo fato da lei orgânica prevê a instalação de uma guarda municipal sem poder de polícia para manter a ordem em locais públicos.
No quesito cultura, Petrúcio disse que o tema está intimamente ligado com a educação, e criticou a atual administração por, segundo ele, atrasar o pagamento dos cachês dos artistas locais e pagar em média 1/4 do que os artistas de fora recebem.
Finalmente sobre corrupção, ele disse que bandido não é apenas aquele que assalta ou mata, mas principalmente aquele que de seu gabinete desviava verbas. Sobre suposta corrupção em Monteiro, ele disse que as secretarias de Saúde e Educação servem de suportes para interesses pessoais.
Ao responder as perguntas da platéia, ele prometeu implantar aulas de música e de teatro nas escolas municipais, e combater as taxas abusivas cobradas contra o contribuinte.
Ele disse também que pretende valorizar o funcionalismo público e dar ênfase às comunidades mais carentes. Sobre sua postura como prefeito se for eleito, ele definiu em que seu mandato estaria baseado: moralidade, legalidade, eficácia, publicidade e impessoalidade.
E fazendo um contraponto com o que seria se mandato, ele por fim classificou a gestão atual do PMDB: “É um grupo político querendo permanecer a todo custo no poder para continuar com os desmandos realizados nos últimos quatro anos”.
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