COTIDIANO
PF prende suspeitos de fraudes na previdência
Quadrilha na Paraíba é acusada de provocar um rombo de R$ 10 milhões na Previdência Social com aposentadorias e pensões falsas.
Publicado em 06/10/2011 às 6:30
A Polícia Federal desarticulou uma quadrilha na Paraíba acusada de provocar um rombo de R$ 10 milhões na Previdência Social com aposentadorias e pensões falsas.
Foi durante a operação ‘Agendamento Virtual’, desencadeada na manhã de ontem, em 12 cidades do Estado, que culminou com a prisão de 23 suspeitos e a apreensão de 12 veículos, duas armas e vários documentos falsos. O grupo é acusado de usar ‘laranjas’ e até dados de pessoas mortas para obter benefícios da Previdência Social e fazer empréstimos consignados.
As investigações começaram em 2009 e se intensificaram no início deste ano com a Força- tarefa Previdenciária, uma ação articulada entre a Polícia Federal (PF), Serviço de Inteligência no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e o Ministério Público Federal (MPF).
“A investigação começou em 2009, mas as fraudes aconteciam desde 2003. A estimativa inicial era de que a fraude chegasse a R$ 4 milhões, mas identificamos que já está em R$ 10 milhões. Já foram recolhidos todos os documentos que comprovam a ilegalidade”, confirmou Marcello Diniz Cordeiro, superintendente da Polícia Federal na Paraíba.
A operação começou na madrugada de ontem, por volta das 5h, com buscas simultâneas em 12 cidades do Estado. Uma mega-estrutura foi montada com a participação de 144 policiais, já que o efetivo paraibano recebeu reforços de Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte. Eles se dividiram para cumprir 56 mandados, entre prisão e de busca e apreensão.
O núcleo da operação foi em Campina Grande, mas também houve ações policiais nas cidades de João Pessoa, Cabedelo, Bayeux e Santa Rita, na região metropolitana da capital.
Nas regiões do Agreste, Brejo e Cariri, a operação se estendeu por Itatuba, Queimadas, São João do Cariri, Damião, Ingá, Fagundes e Juarez Távora. As buscas foram realizadas em agências do INSS de Campina Grande e nas casas dos envolvidos, além de uma agência de correspondente bancário que faz empréstimo consignado em Campina.
Campina é apontada como o centro de operações da quadrilha, de onde o esquema era planejado e articulado. Todos os servidores detidos na operação trabalham em agências da cidade. “Temos desde gerentes de agência até funcionários de atendimento”, informou João Maria Lopes, superintendente do INSS na região Nordeste.
Apesar de todos os mandados terem sido cumpridos, a Polícia Federal vai continuar as investigações para identificar a existência de outras fraudes na Paraíba. “Vamos aprofundar a apuração e com isso, podem ser descobertas novas fraudes. Agora, estamos avaliando as provas que recolhemos na operação e pode ser que tenhamos mais prisões em breve”, adiantou Adriano Moreira, delegado-chefe da Polícia Federal em Campina Grande.
Os presos foram ouvidos na delegacia da Polícia Federal, em Campina e encaminhados para o Complexo Penitenciário do Serrotão. Antes, eles fizeram exame de corpo delito na PF. A polícia tem 15 dias para encerrar o inquérito, prazo que poderá ser prorrogado por mais 15 dias.
VEÍCULOS
O pátio de delegacia da Polícia Federal, em Campina, ficou lotado com os veículos apreendidos, alguns deles considerados de luxo. Ao todo, foram recolhidos nove carros, sendo duas caminhonetes Hilux, dois Golf, um Fox, um Agile, um Gol, um Celta e um Fiat Uno Mille.
Entre as três motos estão modelos potentes, como uma Suzuki de 650 cilindradas, uma Honda Bros e uma XRE. Também foram apreendidas duas armas sem registro, uma revólver calibre 38 e uma espingarda calibre 32.
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