COTIDIANO
Polícia investiga invasão e destruição de terreiro de candomblé, em João Pessoa
Terreiro de candomblé foi invadido e vandalizado na noite do último sábado (13). Polícia Civil investiga caso, mas ainda não há suspeitos.
Publicado em 15/09/2025 às 17:07

A invasão e destruição de um terreiro de candomblé, no Bairro das Indústrias, em João Pessoa, está sendo investigada pela Polícia Civil. O caso aconteceu na noite do último sábado (13). Em entrevista à rádio CBN Paraíba, na tarde desta segunda-feira (15), o delegado responsável pelo caso afirmou que a polícia está buscando imagens de segurança que possam levar aos possíveis suspeitos.
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Invasão e destruição de terreiro de candomblé
A invasão aconteceu no terreiro de Pai Lei D’Azauani, localizado no Bairro das Indústrias. A Polícia Militar foi acionada por conta da invasão e destruição do local no momento em que estava havendo uma festa religiosa em culto ao orixá, no entanto, ao chegar no local, nenhum suspeito foi localizado. Imagens obtidas pela Rede Paraíba mostram como o local ficou após a destruição.

Pelas imagens, é possível perceber que cadeiras e mesas foram quebradas, além de uma série de objetos jogados no chão.
A promotora do Ministério Público da Paraíba (MPPB), Fabiana Lobo, determinou que a ocorrência fosse oficiada na Delegacia de Repressão aos Crimes Homofóbicos, Étnico-raciais e Delitos de Intolerância Religiosa (Dechradi). “As investigações serão feitas pela Polícia Civil e com identificação da autoria os responsáveis serão penalizados por crimes diversos, inclusive o crime de racismo religioso”, explicou a promotora.
Investigação da polícia civil
De acordo com o delegado Marcelo Falcone, responsável pela investigação do caso, a polícia ainda não tem possíveis suspeitos e busca encontrar imagens de circuitos de câmeras de segurança nas proximidades do terreiro de candomblé. Segundo o delegado, apenas uma das testemunhas compareceu à delegacia para prestar depoimento.
“Até o momento, apenas uma testemunha se propôs a prestar um depoimento, mas foi muito vago. Ou seja, estamos investigando, procurando a possibilidade câmeras também e maiores informações”, explicou Marcelo Falcone.
Durante entrevista com o delegado, a rádio CBN Paraíba afirmou ter entrado em contato com moradores do bairro e frequentadores do terreiro de candomblé, que disseram vir sofrendo ameaças de integrantes de facções criminosas para que as atividades do terreiro fossem interrompidas.
Conforme dito pelo delegado, nenhuma denúncia relacionada à ameaças com essas características foram registradas na Delegacia Especializada de Crimes Homofóbicos, Raciais e de Intolerância Religiosa de João Pessoa. O caso de invasão e destruição do terreiro de candomblé foi o primeiro da região. Ainda segundo Marcelo Falcone, é essencial que as vítimas façam denúncias à polícia, mesmo que de forma anônima, através do 197.
“Para que o inquérito policial obtenha êxito na investigação, nós precisamos de provas. Quais são as provas, se eu não tenho sequer as oitivas das vítimas? Não porque não quisemos, mas porque não conseguimos localizá-las e tentamos contato, mas elas não compareceram”, disse o delegado.
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