Presos acusados de execuções em Mandacaru; ordens sairiam de presídios

Karoline Zilah

Uma série de crimes, entre assassinatos e tentativas de homicídio, assustou nesta semana os moradores do bairro de Mandacaru, que é o mais violento de João Pessoa segundo as estatísticas da Polícia Militar. Cansada de presenciar tanta violência, a comunidade colaborou com a PM na busca pelos responsáveis por estes casos ocorridos em cerca de dois dias, entre a terça (4) e a quarta-feira (5).

O resultado foi a prisão de Cláudio Tavares da Silva, de 18 anos, e a apreensão de três adolescentes acusados de intimidar a população e praticar, pelo menos, quatro atentados esta semana. Um deles culminou com a morte do trabalhador autônomo Marinaldo José Silva de Lima, de 26 anos, suposto alvo dos bandidos. Ele foi assassinado dentro de um bar na rua Monte Castelo, próximo ao Clube Ponte Preta.

Um dia antes, no mesmo local, o grupo tentou matar o vigilante José Eudes Ramos de Almeida, de 25 anos, por motivos fúteis. Eles teriam apostado se um dos integrantes da quadrilha teria coragem de efetuar os disparos contra o trabalhador.

Os adolescentes também são apontados como responsáveis pela morte deTamires Pereira dos Santos, de 20 anos, ocorrida em março deste ano. Ela teria sido perseguida e assassinada ao sair do clube Pé de Ouro. Um dos rapazes envolvidos, de 16 anos, era seu ex-namorado.

Comandando a operação, o capitão Batista, do Centro de Ensino da Polícia Militar, declarou ao vivo no programa Comunidade 101, da rádio 101 FM, que o grupo confessou ter praticado algumas das execuções por ordens vindas de dentro dos presídios da Capital. “Eles confirmaram que, devido ao vício que têm ao crack, são praticamente obrigados a trabalhar a serviço do tráfico, obedecendo às ordens que saem dos presídios”, explicou.

Segundo ele, a colaboração da população foi fundamental para que a polícia conseguisse localizar os acusados. “Esta semana verificamos o quanto a criminalidade aumentou em Mandacaru e recebemos ordens expressas do major Lívio para conter a violência e prender os responsáveis, não deixando estes casos impunes”, disse capitão Batista.

O policial militar disse que o grupo será entregue à 10ª Delegacia Distrital, onde o único maior de idade será autuado por formação de quadrilha, homicídio e tentativa de homicídio. Os demais, todos adolescentes, serão encaminhados à Promotoria da Infância e Juventude, onde será decidido o destino dos acusados.

Atualizada às 9h20