COTIDIANO
Prisão: traficante do Rio de Janeiro veio fazer 'turismo' na Paraíba
Essa foi a versão contada à polícia por Deco. Segundo a polícia, líder do tráfico na Cidade de Deus, no RJ, movimentava cerca de R$ 600 mil por semana com o tráfico.
Publicado em 25/05/2015 às 12:29
O líder do tráfico no bairro carioca Cidade de Deus, Edvanderson Gonçalves Leite, de 49 anos, conhecido como Deco, veio fazer turismo na Paraíba. Foi essa a versão que ele contou a polícia após ser preso em Campina Grande, no domingo (24), em uma ação conjunta entre as polícias Civis da Paraíba e do Rio de Janeiro. Segundo a polícia, ele movimentava R$ 600 mil por semana, uma média de R$ 2,4 milhões por mês. Os detalhes da ação foram apresentados em uma entrevista coletiva no final da manhã desta segunda-feira (25).
Deco é membro de uma das principais facções criminosas do Rio de Janeiro e estava na lista de procurados da polícia fluminense. Ele foi condenado a 27 anos por tráfico de drogas, associação ao tráfico e porte ilegal, cumpriu 19 e após ser beneficiado com o regime semiaberto, acabou fugindo. O delegado Antenor Lopes Martins Júnior, da Delegacia de Combate às Drogas do Rio de Janeiro, disse que a polícia descobriu que ela estava na Paraíba após denúncias anônimas.
O traficante foi preso em um veículo no bairro da Prata, em Campina Grande, com documentos falsos. No momento da prisão, ele estava com a namorada, mas a mulher foi levada para a delegacia e em seguida liberada. À polícia, Deco disse que sua estadia na Paraíba nada tinha a ver com a atividade criminosa. Segundo o traficante, ele queria apenas conhecer as praias paraibanas e as festas juninas, mas essa versão vai ser investigada. De acordo com Antenor Lopes, Deco chegou na Paraíba na quarta-feira (20) e foi visto na Praia de Tambaú no sábado (23). Ele tinha alugado uma casa em Campina Grande.
Além do tráfico de drogas, Deco é investigado por lavagem de dinheiro e por tentar matar policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Ele também teria participação em um esquema de fraude do programa 'Minha Casa, Minha Vida', no Rio de Janeiro, e agora vai responder por falsificação . Apesar de ter sido apresentado pela polícia durante a entrevista, Deco não quis falar com a imprensa.
O delegado do Grupo de Operações Especiais (GOE), Allan Terruel, negou que exista a migração de traficantes do Sudeste para Paraíba. Segundo ele, existem casos isolados de criminosos que vêm para o Estado, mas que não se instalam aqui.
Deco está sob a responsabilidade da Justiça de Campina Grande, mas o delegado Antenor Lopes Martins Júnior disse que vai pedir a imediata transferência dele para o Rio de Janeiro.
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