Professores e alunos relatam pânico durante invasão da escola

Os alunos, professores e funcionários da Escola Estadual Professora Luzia Simões Bartollini, no bairro Jardim Planalto, em João Pessoa, viveram e relataram os momentos de terror durante a invasão de dois homens armados na manhã desta segunda-feira (1º), por volta das 9h40.

"Ele pulou a janela e me puxou pelos cabelos", disse a professora de línguas da escola. "Eu saí correndo da sala, gritando e pedindo socorro, mandando as professoras pularem com os alunos pelas janelas. Eu pensava que era aluno da escola com brincadeira, mas não era. Fico imaginando a preocupação das mães dessas crianças; elas confiam no trabalho da gente", lamenta.

Duas pessoas - incluindo uma gestante - passaram mal durante o assalto. De acordo com a professora, os trabalhadores e estudantes da escola estão "abandonados" pelas autoridades. "A gente sofre tanto, dá tudo de si para tudo ser desmoronado em poucos instantes", desabafou ela. "Peço às autoridades que nos ajudem; vocês que têm o poder na mão, façam alguma coisa enquanto é tempo", pediu.

Uma estudante de 11 anos contou que encontrou com um dos assaltantes enquanto tentava fugir da escola. "Ele olhou para o meu rosto e puxou a arma", relatou, nervosa, após a invasão. "Eu me virei e corri para a secretaria, até caí com a pressa", disse ela.

Segundo um outro professor do colégio, as janelas sem grades, facilitaram a entrada dos bandidos. "Já faz tempo que a secretária da escola pede para que olhem para esse problema, mas não fazem nada. Só anotam e não fazem nada. Estamos à mercê de assaltos", disse, acrescentando que o prédio já está em reforma há mais de um ano e meio. "Tudo parado", resumiu.

PM suspeita que assaltantes tiveram ajuda

Conforme a polícia, quatro homens chegaram ao local em uma motocicleta; dois ficaram do lado de fora, dando suporte, e os outros dois quebraram uma janela para entrar na escola. Mais de 80 aparelhos celulares foram levados - no momento da invasão, mais de 100 alunos estavam em sala de aula.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Corpo de Bombeiros foram chamados para atenderem as pessoas que passaram mal. De acordo com o sargento Sidney, da Polícia Militar (PM), há a suspeita de que os assaltantes tiveram acesso a informações de dentro da escola, já que eles esperaram o fim do horário do lanche para agir. "Estamos realizando rondas desde as 10h para tentar encontrá-los", disse ele.