COTIDIANO
Promotor solicita prisão preventiva de acusado de matar Aryane Thaís
Alexandre Varandas justifica que defesa do suspeito, o estudante Luís Neto, estaria obstruindo investigações. Prazo da prisão temporária do rapaz termina nesta quinta-feira.
Publicado em 17/06/2010 às 9:13
Karoline Zilah
Com informações de Inaê Teles
O promotor Alexandre Varandas apresentou à Justiça no final da tarde da quarta-feira (16) o pedido de prisão preventiva de Luís Paes de Araújo Neto, de 23 anos, o único suspeito, até o momento, de ter cometido o assassinato de Aryane Thaís Carneiro, de 21 anos, em João Pessoa. Para o promotor, o caso é complexo e a defesa do estudante de Direito estaria obstruindo as investigações, o que impediria o andamento do inquérito.
O pedido deve ser analisado pelo juiz Marcos Williams, do 1º Tribunal do Júri, e sua decisão pode ser divulgada ainda nesta quinta-feira (17), uma vez que o prazo de prisão temporária do acusado expira à meia-noite. Ele está detido desde o dia 19 de abril na Central de Polícia.
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O advogado de defesa, Aluísio Lucena, disse que o outro advogado do caso, Genival Veloso Filho, já pediu um relaxamento de prisão para seu cliente. Em conjunto, eles trabalham com o argumento de que não há provas técnicas contra Luís Neto.
Promotoria justifica pedido para manter acusado preso
Em entrevista ao Paraíba1, Varandas disse não ter dúvidas de que o rapaz seria o assassino. "Todas as linhas de investigação acabam apontando ele como o autor do crime", comentou.
O promotor também disse que justificou o pedido de prisão preventiva com base no fato de o inquérito ainda não estar concluído. Os resultados dos exames colhidos com a exumação do corpo de Aryane Thaís, por exemplo, só devem sair na sexta-feira (18), segundo expectativa do Instituto de Polícia Científica (IPC).
A acusação também argumenta que a defesa de Luís Neto estaria tentando interferir nas investigações do caso. Segundo Varandas, testemunhas que conheciam o réu e foram convocadas a prestar depoimento à delegada Iumara Gomes, que preside o inquérito, teriam se negado a dar informações. Em um dos casos, o promotor acusa o advogado de ter entrado na sala da delegacia e ordenado que uma testemunha não comentasse nada.
A hipótese da defesa de que Aryane teria um relacionamento com outra pessoa, e que este suspeito teria sido visto por Luís Neto com a vítima na noite do crime, também foi rebatida pelo promotor. "Não tem nenhuma plausibilidade a hipótese levantada pela defesa", concluiu. Para ele, o acusado teria entrado em contradição ao relatar, por duas vezes, que teria visto a ex-namorada entrar no carro de outra pessoa depois que eles discutiram em sua última noite de vida.
De acordo com um exame de DNA, a vítima estava grávida do acusado.
O que diz a defesa
“Nós estamos otimistas e aguardando a decisão do juiz”, afirmou o advogado de defesa Aluísio Lucena. O advogado disse que não trabalha com suposições e por isso não adiantaria que tipo de procedimento iria tomar caso o juiz acatasse o pedido de prisão preventiva. “Vamos aguardar a decisão o magistrado.
Contradizendo a afirmação da promotoria, Aluísio disse que as testemunhas colaboraram com as investigações. “Pode ler o processo que você vai ver”, finalizou.
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