COTIDIANO
Promotor tem cinco dias para preparar denúncia sobre chacina
Promotor do 1º Tribunal do Júri recebeu inquérito policial e tem até segunda para definir se oferece ou não denúncia contra acusados da chacina do Rangel.
Publicado em 20/07/2009 às 19:28
Phelipe Caldas
O promotor substituto José Guilherme Lemos, do 1º Tribunal do Júri de João Pessoa, recebeu nesta segunda-feira (20) o inquérito policial que trata da chacina do Rangel, crime bárbaro que chocou a Paraíba e que resultou na morte de cinco pessoas da mesma família.
O promotor tem cinco dias para decidir se vai ou não oferecer denúncia do caso e em seguida repassa para o juiz Marcos William, que deve decidir se vai instaurar ação penal contra os acusados e principais suspeitos.
Lemos confirmou que recebeu o inquérito e disse que já começou a estudar o documento, que contém detalhes sobre o crime, provas coletadas no local em que ele foi cometido e depoimento dos envolvidos (acusados e sobreviventes). Após a análise ele devolve o inquérito ao juiz do 1º Tribunal do Juri, que decide se abre ou não o processo criminal.
O que se sabe até agora é que Edileuza Oliveira dos Santos, de 26 anos, e Carlos José dos Santos, de 25, são réus confessos do crime. Eles eram vizinhos das vítimas e são os principais suspeitos de terem matado o pai, a mãe grávida de gêmeos e três dos cinco filhos que viviam com o casal. Um deles sobreviveu aos golpes de facão e o outro saiu ileso após se esconder debaixo da cama.
Uma das dúvidas que recai sobre o crime é que inicialmente Carlos José foi apontado como sendo o único autor do crime, mas depois uma das crianças sobreviventes disse em depoimento que Edileuza Oliveira participou ativamente dos assassinatos.
O prazo de cinco dias úteis que o promotor possui acaba apenas na próxima segunda-feira (27) e só lá é que ele divulgará quem vai ser indiciado e por quais crimes. Os dois acusados, contudo, continuarão detidos em presídios do Estado pelo menos até o julgamento.
Depoimento
Também nesta segunda-feira (20), a Comissão de Sindicância que investiga denúncias de tortura nos presídios da Paraíba ouviu o depoimento do ex-diretor e do ex-diretor adjunto do Presídio do Roger, Dinámerico Cardim e Josenildo Porto respectivamente, afastados depois que um vídeo vazou para a internet mostrando Carlos José dos Santos sendo espancado por agentes penitenciários (todos de costas, o que praticamente impossibilita a identificação dos envolvidos).
No depoimento, ambos negaram participação nas agressões contra o preso, que teriam acontecido dentro do Roger, e disseram desconhecer o vídeo que mostra o acusado sendo agredido.
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