Quatro suspeitos de pistolagem são presos no Sertão

Quatro acusados de integrar grupos de pistolagem no Sertão paraibano foram presos na segunda etapa da operação ‘Laços de Sangue’, deflagrada na manhã de ontem, em Catolé do Rocha. O grupo é apontado como responsável por pelo menos cinco homicídios cometidos entre 2010 e 2011, alimentando as disputas familiares entre os clãs Veras, Suassuna e Oliveira. A polícia investiga ainda a participação da quadrilha no tráfico de drogas, contrabando e roubo de cargas.

Os levantamentos da Polícia Civil apontam que as intrigas na região já provocaram mais de 100 mortes nos últimos 40 anos, quando as disputas começaram por motivações políticas. “Não temos como precisar um número exato, mas temos temos a certeza de que já passa de uma centena de assassinatos”, confirmou o delegado Glauber Fontes, um dos coordenadores da operação.

Desta vez, todos os detidos pertencem ao grupo da família Suassuna. O empresário Humberto Suassuna, de 57 anos, e o primo dele, Chateaubriand Suassuna Barreto, de 50 anos, o ‘Chatô’, são apontados como os financiadores do esquema, juntamente com Maria Lemos da Silva, de 61 anos, mais conhecida como ‘Tutu’. Já Evandro Pimenta, 35 anos, também detido ontem, seria um dos pistoleiros que recebiam pagamento para praticar as execuções.

Os policiais apreenderam uma pistola calibre 380 que estava na cintura de Humberto Suassuna, autuado em flagrante por porte ilegal de arma. Ela já havia sido preso no ano passado durante uma operação da Polícia Federal sob suspeita de tráfico, roubo de cargas e envolvimento com homicídios. Já Evandro Pimenta cumpre pena em regime semiaberto por homicídios e foi preso quando saía do albergue, na cadeia de Catolé do Rocha.

As prisões foram executadas durante uma ação conjunta das polícias Civil e Militar de Catolé do Rocha. Com os reforços enviados de Patos, a ‘Laços de Sangue II’ contou com um efetivo total de 40 homens para cumprir os quatro mandatos de prisão expedidos pelo juiz Fabrício Meira Macedo, da 1ª Vara da Comarca de Catolé do Rocha.

Os envolvidos vão responder por homicídio e formação de quadrilha. De acordo com o delegado regional André Rabelo, eles são acusados de participação nas mortes de Raimunda Keila Batista de Mesquita, Raimundo Batista Mesquita e Francisco Alvibar de Mesquita. Os crimes foram registrados este ano, em Catolé. Todos os suspeitos serão transferidos para o presídio de Catolé do Rocha.

BALANÇO
Com mais estas quatro prisões, sobe para 21 o total de acusados presos nas duas etapas da operação. Na primeira etapa foram 17 suspeitos detidos nas cidades de Patos e Catolé do Rocha e também no Rio Grande do Norte e Brasília. Apenas um dos pistoleiros continua foragido.