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COTIDIANO

Redes sociais facilitam busca de emprego e qualificação profissional

Publicado em 22/04/2014 às 18:54

Se, antigamente, ao abrir uma vaga de emprego, as empresas colocavam avisos em suas portas, hoje elas contam com um novo "quadro de avisos", capaz de atingir um número muito maior de público: as redes sociais. Ao divulgar as vagas em redes como o Facebook e o LinkedIn, por exemplo, as empresas são capazes de, em poucos dias, conseguir encontrar exatamente o profissional desejado. E não só para buscar emprego as pessoas atualmente estão utilizando as redes, mas, também, para se qualificarem profissionalmente, conectando-se com pessoas e empresas de seus interesses.

Em redes sociais comumente utilizadas para os relacionamentos pessoais como o Facebook, por exemplo, empresas criam banners para divulgar suas vagas de emprego; já em redes sociais como o LinkedIn, que é focada exclusivamente nos relacionamentos profissionais, não só os usuários se candidatam às vagas, mas há a possibilidade, ainda, das próprias empresas mapearem os profissionais desejados, mesmo que eles não estejam em busca de uma vaga de emprego.

"Quando você está procurando alguém que não está olhando seus anúncios, como você vai chegar nele? No LinkedIn, as empresas conseguem fazer essas buscam sem que elas fiquem restritas à regiões específicas. É possível ver quais os candidatos têm as características desejadas, eles estando procurando emprego ou não", explica o diretor da área de soluções de talentos do LinkedIn no Brasil Milton Beck.

Funciona da seguinte forma: se uma empresa está procurando um programador Java, por exemplo, que possui três anos de experiência, ela pode fazer uma busca colocando exatamente esses itens como motivos de sua pesquisa. A partir daí, serão apresentados os usuários da rede que possuem essas características e a empresa poderá contactá-los por email oferecendo a oportunidade.

O publicitário Rafael Duardes, por exemplo, usuário do LinkedIn, já conseguiu uma vaga de emprego sem mesmo que estivesse procurando. "Eu recebi um in-mail, que é a mensagem do LinkedIn, perguntando se eu tinha interesse na vaga. Depois, passei portifólio, currículo e pretensão salarial. Durou cerca de quatro meses a seleção. Fiz duas entrevistas por telefone e cinco pessoalmente e, depois, comecei a trabalhar", conta.

"Hoje em dia as empresas não colocam mais suas oportunidades em sites de vagas. Elas colocam logo em suas páginas no Face" Já a psicóloga Mônica Cavalcante conseguiu uma vaga de emprego em menos de uma semana através do Facebook. Ela, que estava há alguns meses sem trabalhar por conta da maternidade, ao resolver voltar para o mercado de trabalho, optou por, primeiramente, fazer uma pesquisa nas redes sociais. "Primeiro, eu fiz uma pesquisa no Google, e aí vi que no Facebook tem muito mais opções do que na própria internet. Hoje em dias as empresas não colocam mais suas oportunidades em sites de vagas. Elas colocam logo em suas páginas no Face", diz. Ao encontrar uma vaga que se encaixava com suas qualificações, Mônica se candidatou à vaga e, em menos de uma semana, foi chamada para participar da seleção. Hoje, trabalha no setor de recursos humanos de uma empresa em João Pessoa.

A concierge (pessoa responsável pela recepção de condomínios fechados) Alidiane Matias, estava procurando emprego há mais de um ano através dos meios convencionais e só conseguiu quando passou a procurar pelo Facebook. "Eu era cadastrada em algumas empresas de consultoria, mas nunca aparecia uma vaga em que eu me encaixasse. Daí, então, passei a procurar pelo Face, que tem uma abrangência muito grande. Hoje a gente faz tudo por lá. Compra objetos, vende, por que não, também, arrumar um emprego? Foi aí que consegui", diz.

Empresas de recrutamento criam páginas no Facebook

Embora não seja uma rede social específica para a busca de empregos, em redes como o Facebook, por exemplo, é possível encontrar alguns grupos exclusivos para a divulgação de vagas. É o caso do grupo  "Oportunidades de emprego Pb", por exemplo. Nele, as próprias empresas, quando precisam de algum profissional, divulgam suas oportunidades e, também, os candidatos às vagas podem postar suas qualificações, colocando-se à disposição.

Empresas especializadas em recrutamento e seleção de candidatos, inclusive, também têm se adaptado ao universo das redes sociais. A Mais Seleção e Desenvolvimento de Pessoas, por exemplo, utiliza redes como o Facebook, Linked In e grupos de e-mails para divulgar suas vagas. Depois de feita a divulgação os candidatos interessados enviam os currículos por e-mail e são convocados para participar dos processos seletivos de acordo com o perfil da vaga.

"Cada vez mais as pessoas estão se conectando virtualmente umas às outras através das redes sociais e, por isso, atualmente essa é a forma mais rápida de divulgar as oportunidades e atingir um maior número de interessados e possíveis candidatos", diz a proprietária da Mais, Débora Magalhães. "Através da internet, todos têm acesso às oportunidades e, independente de onde estejam, podem concorrer às vagas ofertadas", completa.

Segundo ela, as redes sociais são utilizadas também para divulgar cursos e qualquer conteúdo que seja ligado à profissionalização e desenvolvimento de pessoas. Em um ano de atuação, já foram recrutados mais de 50 profissionais entre gerentes, assistentes, aprendizes, entre outros.

Rede social foca no contato profissional

O Linked In, diferentemente de redes como o Facebook, por exemplo, que é utilizado para estabelecer contato com pessoas com quem o indivíduo tem relações pessoais, foca exclusivamente nas relações profissionais. De acordo com o diretor da área de soluções de talentos do LinkedIn no Brasil Milton Beck, a empresa conta, atualmente, com 16 milhões de usuários no Brasil, sendo que 1,5 milhão deles estão no Nordeste e cerca de 100 mil na Paraíba.

"Existem diversas redes sociais e cada rede tem uma finalidade diferente. O LinkedIn é uma rede profissional. Quando eu quero combinar o churrasco do fim de semana ou comentar que um time de futebol perdeu, eu uso as redes sociais pessoas, que não o LinkedIn. Mas quando eu quero me conectar a outros profissionais, mostrar quem eu sou profissionalmente e buscar oportunidades de emprego, o LinkedIn é a oportunidade adequada", explica o diretor.

Hoje com 10 anos de atuação no mundo, a rede chegou ao Brasil no final de 2011 e ganha cerca de cinco milhões de usuários por ano, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da Índia. Além da possibilidade de encontrar vagas de emprego, os profissionais podem, também, conectar-se a empresas, ficando por dentro do que está acontecendo em sua área de atuação e, também, participar de grupos de discussão. "Se o indivíduo tirar pelo menos 15 minutos do seu dia para dar uma olhada no LinkedIn, ele ficará muito mais atualizado em relação ao que está acontecendo na sua área", pontua Milton.

Um dado interessante em relação à rede é que embora seja geralmente vista como uma forma de se conseguir uma vaga, pesquisas mostram que a maioria dos usuários não está no LinkedIn à procura de emprego e, sim, para se qualificar profissionalmente. Dos 16 milhões de usuários, apenas 3 milhões estão lá para conseguir emprego.

Para quem está à procura de uma vaga, no entanto, existem algumas dicas para que seu perfil seja mais bem visto - a primeira delas é em relação a foto: um perfil em uma rede social sem foto não causa o mesmo interesse que aquele com foto. E mais: essa foto deve ser adequada, ou seja, o indivíduo deve estar vestido como se fosse para uma reunião de negócios. Colocar o perfil em duas línguas, no caso do LinkedIn, também é uma boa estratégia. Incluir não só onde ele trabalhou, mas, também, o que ele fez de relevante, incluindo premiações, reconhecimento público e, inclusive, arquivos de trabalhos já feitos (no caso de um fotógrafo, por exemplo, é possível fazer um portfólio). "Quanto mais detalhado for o perfil, melhor", pontua o diretor do LinkedIn Milton Beck.

Dicas para criar um perfil no LinkedIn:

Utilize uma foto em que você esteja vestid como se fosse para uma reunião de negócios;

Se possível, coloque seu perfil em duas línguas;

Detalhe o seu perfil o máximo possível, colocando qualificações, prêmios, reconhecimentos públicos e experiências;

Anexe ao seu perfil arquivos de trabalhos anteriores: crie um portifólio;

Prilegie a qualidade de seus relacionamentos e não a quantidade: conecte-se apenas com quem você sabe que é possível estabelecer um bom relacionamento PROFISSIONAL.

Lembre-se: trata-se de uma rede profissional, e não pessoal. Porte-se como se estivesse em seu ambiente de trabalho.

Por Rafaela Gambarra

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