COTIDIANO
Reenducandas produzem máscaras de proteção para Sistema Penitenciário da PB
Já no primeiro dia centenas de máscaras foram produzidas.
Publicado em 25/03/2020 às 10:47 | Atualizado em 26/08/2021 às 23:26
Com a suspensão das oficinas, as reeducandas da Penitenciária Feminina Maria Júlia Maranhão, em João Pessoa, que atuam no projeto Castelo de Bonecas, estão dedicando o tempo livre para a confecção de máscaras cirúrgicas. A produção das máscaras começou nessa terça-feira (24). O equipamento de proteção individual será distribuído para atender o próprio Sistema Penitenciário da Paraíba.
Segundo o governo do estado, o material deve suprir a demanda dos policiais penais e equipes de saúde em todo o Sistema Penitenciário – 79 unidades prisionais, incluindo Penitenciárias e Cadeias Públicas, bem como profissionais da Secretaria de Estado da Saúde.
Cinthya Almeida, diretora da Penitenciária Feminina, informou que a produção ocorrerá de segunda a sábado e já no primeiro dia centenas de máscaras foram produzidas.
“As reeducandas que estão confeccionando as máscaras já trabalham no Projeto Castelo de Bonecas e com os conhecimentos adquiridos, somados à capacitação que receberam, poderão contribuir sobremaneira para o atendimento das demandas da Seap e de outros segmentos, destacou a diretora.
A ação está incluída nas medidas de proteção e prevenção ao contágio pelo novo coronavírus (Covid-19) adotadas pela Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap), atendendo as determinações do Governo do Estado e das autoridades sanitárias.
“Devido a essa crise do coronavírus e, consequentemente, a aquisição de EPI, sobretudo máscaras cirúrgicas, fizemos uma aquisição de TNT polipropileno, material utilizado para confecção de máscaras cirúrgicas, e desativamos temporariamente a oficina Castelo de Bonecas e por tempo indeterminado vamos produzir as citadas máscaras. Realizamos uma higienização no ambiente e todas as máscaras serão esterilizadas nos aparelhos de autoclave dos consultórios odontológicos das unidades que no momento estão com as atividades suspensas, ou seja, iremos deslocar esses aparelhos para a unidade feminina”, explicou o secretário de Administração Penitenciária, Sérgio Fonseca.
Pioneiros
O secretário ressaltou que o Sistema Penitenciário da Paraíba é um dos pioneiros na iniciativa de confeccionar as máscaras e propés (sapatilha descartável). “Diversos Estados do país estão buscando mais detalhes para iniciar suas produções locais para a fabricação das máscaras”, observou, adiantando que foi estabelecido um cronograma de embalagem e distribuição das máscaras para que o equipamento de proteção individual (EPI) chegue a todas as unidades prisionais. Em breve, a produção será estendida para as penitenciárias femininas de Campina Grande, Patos e Cajazeiras.
A confecção das máscaras em polipropileno segue os padrões estabelecidos pela Resolução de Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Nacional (Anvisa) – RDC nº 356/2020, publicada no Diário Oficial da União, nesta terça-feira (24), em virtude da emergência de saúde pública internacional relacionada ao Sars-CoV-2.
Treinamento
O gerente executivo da Ressocialização e idealizador do projeto, João Sitônio Rosas Neto, destacou que as reeducandas que estão confeccionando as máscaras receberam treinamento prévio e toda produção segue um rígido controle de qualidade. Elas usam touca, máscara e propé, além de obedecer a uma série de procedimentos relacionados à higienização das mãos durante o processo de fabricação das máscaras.
“Nós oportunizamos uma capacitação para que elas pudessem iniciar o processo produtivo de confecção das máscaras de proteção e propés, bem como implantamos diversos POPs – Procedimentos Operacionais Padronizados, visando trazer mais segurança ao processo de confecção, através da realização do correto processo de limpeza e higienização do local de trabalho, insumos produtivos, maquinário e utensílios. As máscaras são confeccionadas em polipropileno (TNT), possuem três camadas para a proteção adequada a quem fizer uso delas, tudo em consonância com as normas estabelecidas pela RDC 356, da Anvisa”, pontuou João Rosas, adiantando que pelo trabalho as reeducandas farão jus à remição de parte de suas penas em consonância com a Lei 7.210/84 (Lei de Execução Penal).
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