COTIDIANO
RESPEITO! ARETHA FRANKLIN MORREU!
Publicado em 16/08/2018 às 11:21 | Atualizado em 30/08/2021 às 23:38
A cantora Aretha Franklin morreu nesta quinta-feira (16).
Ela tinha 76 anos e lutava contra um câncer no pâncreas, diagnosticado em 2010.
Paul Simon tem um CD duplo chamado Songwriter. É uma compilação com 32 das canções que escreveu.
Ele canta todas. Todas menos uma.
Bridge Over Troubled Water aparece na voz de Aretha Franklin.
Essa exceção (31 com Simon, uma com Aretha) fala sobre o tamanho dessa cantora extraordinária que acabamos de perder.
Ninguém - nem o próprio autor - faria com essa bela canção de amizade o que Aretha fez naquele disco gravado ao vivo no Fillmore.
Aretha Live at Fillmore West. Foi com esse disco que ela entrou na minha vida.
É lá que está a sua versão inacreditável de Eleanor Rigby.
Aretha Franklin aprendeu a cantar na igreja. Claro. Como as grandes vozes da América. Também tocava piano.
Cantou gospel, um pouco de jazz, blues, mas o seu negócio era mesmo a soul music. Ganhou o Grammy 18 vezes.
Na segunda metade da década de 1960, depois que se livrou da Columbia, assinou com a Atlantic e lá gravou seus melhores discos.
I Never Loved a Man the Way I Love You começa logo com esse petardo chamado Respect.
R-E-S-P-E-C-T!
RESPEITO!
Respeito pelos negros, pelos direitos civis, pelas mulheres, por Aretha e sua grande voz!
(You Make Me Feel Like) A Natural Woman, surge em seguida, no meio do repertório de Lady Soul.
O tempo passou. Mais de quatro décadas depois, A Natural Woman foi responsável por um desses momentos que só a música proporciona.
No palco, já lutando contra o câncer que a mataria, Aretha exibiu todo o seu absoluto domínio do canto ao interpretar mais uma vez a canção de Carole King.
Num camarote, Carole King não sabia se gritava ou se chorava, tomada por uma incontida emoção.
Ao seu lado, o presidente Obama, discretamente, chorava e enxugava as lágrimas.
Quer ouvir Aretha Franklin?
Esses cinco discos, reunidos num pequeno box lançado no Brasil, dizem porque, como Obama, a gente de vez em quando precisa enxugar as lágrimas ao ouvi-la cantar.
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