COTIDIANO
RETRO2016/Geneton Moraes Neto
Publicado em 27/12/2016 às 9:44 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:48
Em 2016, perdemos o jornalista Geneton Moraes Neto (na foto, com Woody Allen). No dia 22 de agosto, aos 60 anos.
Na minha memória afetiva, Geneton está muito associado a Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jomard Muniz de Britto, aos tropicalistas de um modo geral. Ao Recife e aos meus vínculos com essa cidade de tradições culturais tão fortes.
Mas está associado principalmente a um exercício jornalístico de grande qualidade que ele desenvolveu por onde passou, sobretudo na Rede Globo.
Jornalismo memorialista. Sua obsessão pelas pautas ligadas à memória sempre me pareceu muito atraente, bem como seu gosto pelas entrevistas.
A pesquisa histórica, os temas políticos, a investigação – tudo em Geneton era feito com as marcas de quem tinha admirável domínio de um ofício tão aviltado quanto o nosso.
De quem de fato dignificava o jornalismo!
Muitas lembranças dele: Geneton entrevistando Roberto Carlos, ou o maestro George Martin. Os livros, os longos textos em seu blog. A voz em off no Fantástico com o sotaque pernambucano que nunca perdeu.
Nosso último encontro foi há uns dois anos na sede da TV Cabo Branco, em João Pessoa. Falamos do seu Canções do Exílio e do filme que estava realizando sobre Glauber.
Que coincidência! Quis o destino que Geneton Moraes Neto nos deixasse no mesmo 22 de agosto e na mesma Clínica São Vicente onde, há 35 anos, morria Glauber Rocha!
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