COTIDIANO
Ronaldo Bastos, letrista do Clube da Esquina, faz 70 anos
Publicado em 21/01/2018 às 9:28 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:43
A fé, a fé, paixão e fé, a fé, faca amolada O chão, o chão, o sal da terra, o chão, faca amolada
Eu já estou com o pé nessa estrada Qualquer dia a gente se vê Sei que nada será como antes amanhã
Você pega o trem azul, o Sol na cabeça O Sol pega o trem azul, você na cabeça Um sol na cabeça
Eu queria ser feliz Invento o mar Invento em mim o sonhador
Quando entrar setembro E a boa nova entrar nos campos Quero ver brotar o perdão Onde a gente plantou Juntos outra vez
Quem não conhece esses versos?
São de Fé Cega Faca Amolada, Nada Será Como Antes, O Trem Azul, Cais e Sol de Primavera.
Melodias de Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes.
Letras de Ronaldo Bastos.
Ronaldo Bastos faz 70 anos neste domingo (21).
Fernando Brant, Márcio Borges e Ronaldo Bastos! Pois é! Ronaldo está nessa lista dos três parceiros mais importantes de Milton Nascimento. Figura imprescindível no Clube da Esquina, o grupo de artistas (mineiros ou não) formado na década de 1970 em torno da figura de Milton.
Tomemos os discos de Milton Nascimento. Do primeiro (Travessia, 1967) até o Clube da Esquina 2 (1978). Destaquemos as músicas que têm Ronaldo Bastos como letrista. Pronto! É o suficiente para que se perceba a sua dimensão entre os letristas do nosso cancioneiro popular.
A letra de Menino é dele:
Quem cala sobre teu corpo Consente na tua morte Talhada a ferro e fogo Nas profundezas do corte
A de Amor de Índio, também:
Tudo que move é sagrado E remove as montanhas Com todo o cuidado Meu amor
E tem as versões:
Nem o Sol, nem o mar Nem o brilho das estrelas Tudo isso não tem valor Sem ter você
Ou:
Sinto quando alguém te interessa Mesmo quando finges que não vês Se desapareces numa festa Eu já sei
Muita gente ouviu. Muita gente cantou.
Muita gente guardou na memória afetiva os versos de Ronaldo Bastos.
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