COTIDIANO
Santa Luzia lembra morte do ex-prefeito Itó Morais
Às 17h uma multidão deverá participar de uma missa, que relembrará a trajetória e a morte do ex-prefeito do município.
Publicado em 26/05/2012 às 6:00
Uma década. Aparentemente é muito tempo e vários fatos certamente modificaram a rotina dos quase 15 mil habitantes da cidade de Santa Luzia, no Sertão da Paraíba, nos últimos 10 anos. Mas nenhum deles foi capaz de fazer com que a população esquecesse do assassinato do ex-prefeito Itó Morais, no dia 26 de maio de 2002, considerado uma tragédia que abala até hoje a cidade.
Hoje mais uma vez os moradores irão fazer alusão ao ‘Dia Municipal de Combate à Violência’, data aprovada pela Câmara Municipal de Santa Luzia após a morte do ex-gestor. O ex-vereador, historiador e professor universitário Joselito Eulâmpio da Nóbrega define os efeitos deixados para o povo da cidade após a morte de Itó Morais. “Ele conseguiu entrar para a história, não só pelo contexto político e pela forma trágica, mas porque era um líder muito querido pelo município. Ainda hoje, depois de muito tempo, o crime é lembrado como um marco por toda a cidade”, assinalou.
Às 17h uma multidão deverá participar de uma missa, que relembrará a trajetória e a morte do ex-prefeito do município. “De uma hora para outra pessoas que eram ligadas ao nosso grupo planejaram um crime dentro da nossa casa. Não tem nem como explicar a inveja e a ganância que moveram essas pessoas. O povo pagou caro porque ele era um líder popular e tinha um futuro brilhante. Para mim foi como se retirasse a metade da minha força. Pensei em abandonar tudo, mas resolvi seguir e voltar à prefeitura”, desabafou o atual prefeito da cidade, Ademir Morais, irmão de Itó.
O ex-prefeito foi executado a tiros de revólver por dois pistoleiros, quando retornava de uma festa em companhia do motorista João Ribeiro. Eles foram abordados em uma emboscada na entrada da chácara “Gabriela”, onde residia o ex-prefeito. As investigações realizadas pela Polícia Federal culminaram com a prisão dos acusados, a exemplo do então vice-prefeito do município Antônio Cesarino, que, para a polícia, teria sido um dos mandantes. Ele foi condenado e preso na época, mas já está em liberdade. O crime teria motivações políticas.
Um outro suspeito de participação no caso foi Edmilson Nunes Paredes, o “Ninão”, que em 2007 foi condenado a 28 anos de reclusão pelo Tribunal do Júri Popular de João Pessoa. O empresário Joacil Jairo também recebeu condenação como mandante. Outros indiciados foram Everaldo Domingos de Oliveira e Luciano Tavares, apontados como executores, além de José Antonio de Carvalho e Linaldo Dantas.
Um dos acusados, Edmilson Paredes, já estava em liberdade condicional quando foi assassinado em janeiro do ano passado na capital paraibana. De todos os réus do processo, atualmente apenas Everaldo Domingos de Oliveira e Luciano Tavares continuam presos.
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