Por questões de segurança e em resposta à rebelião e homicídio ocorridos no presídio Raimundo Asfora (Serrotão), em Campina Grande, o Secretário de Administração Penitenciária, Wagner Dorta, confirmou que pelo menos 22 presos serão transferidos para presídios de João Pessoa. A informação foi divulgada na manhã desta quinta-feira (14) após uma reunião entre a cúpula da segurança pública do estado, realizada na cidade. Não foi informado o dia que as transferências acontecerão.
De acordo com o secretário, os 22 detentos escolhidos estão sob suspeita de comandarem facções existentes dentro da unidade prisional. “Foram identificados que estes presos podem estar comandando ações dentro do presídio, incentivando a rebelião que aconteceu. Também estamos trabalhando para identificar todos os envolvidos no assassinato e decapitação de um detento ocorrida essa semana”, disse ele.
Questionado sobre os vídeos e fotos registradas por celulares pelos próprios presos durante a decapitação do apenado Josemar Henrique Bezerra Leão, na última terça-feira (12), o secretário disse que o Estado tem tomado providências para impedir a entrada de celulares e outros materiais ilícitos. “Colocamos um aparelho de raio X que tem impedido a entrada através de visitantes. Semanalmente estamos flagrando as tentativas de arremesso de sacolas por cima dos muros, com celulares e drogas, pois também já instalamos câmeras e reforçamos a fiscalização nas torres de observação”, explicou Wagner Dorta.
Cláudio Lima disse que não se pode transformar fatos em polêmica
Campina viveu um dia de violência e medo nesta quarta-feira (13). A rebelião no presídio do Serrotão, seguida de dois atentados a ônibus e um assassinato, causou uma sensação de insegurança extrema na população. Com isso, universidades e escolas suspenderam as aulas, o comércio fechou as portas mais cedo e o transporte coletivo foi suspenso depois das 20h30. Para dar uma resposta à população sobre as medidas tomadas pela segurança pública na cidade, a cúpula de segurança estadual concedeu entrevista coletiva na manhã de hoje, 14, na sede do 2º Batalhão de Polícia Militar, na cidade.
Na ocasião, o secretário de segurança do Estado, Cláudio Lima, alegou que não se pode transformar os fatos em eventos polêmicos, que desestruturam a sociedade. No entanto, reconheceu que Campina Grande passou por uma semana difícil, com casos críticos de violência, como o triplo homicídio ocorrido no último domingo.
“O Estado é maior que qualquer atitude criminosa, acompanhamos de perto as ocorrências e tomamos todas as medidas para conter a violência. Mas acho que deram uma proporção maior do que os fatos realmente possuíam”, disse. Conforme ele, os atentados aos ônibus na cidade podem ter relação com a rebelião no presídio, mas a hipótese ainda não foi confirmada.
Já o secretário de administração penitenciária, Wagner Dorta, disse que em relação à decapitação do detento no presídio do Serrotão, os autores já foram identificados e punidos, inclusive com a suspensão da visita íntima. “O fato é que eles ficaram insatisfeitos, por isso se rebelaram. Isso é normal em uma realidade que os presos não vivem cheios de celulares e drogas, com arregalias.
O delegado regional da Polícia Civil de Campina Grande, Luciano Soares, informou que as equipes da delegacia de homicídios e de roubos e furtos estão nas ruas de Campina Grande para prender os autores dos crimes ocorridos nos últimos dias. E o coronel Euler Chaves, comandante da Polícia Militar (PM), disse as pessoas não podem usar fatos isolados para espalhar o medo e o pânico na cidade, de forma desmotivada, como aconteceu em várias mídias sociais.
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