COTIDIANO
Sem bombeamento, Transposição do São Francisco tem rachaduras e plantas no concreto
Publicado em 15/07/2019 às 11:35 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:50
Em alguns lugares moradores relatam que plantas, nascidas dentro do Canal, já têm até um metro de altura
A última vez que o canal da Transposição das Águas do Rio São Francisco recebeu água foi há mais de três meses. De lá para cá tem surgido rachaduras e até plantas nas margens e dentro do canal de concreto. A denúncia de abandono no Eixo Leste está sendo feita pelo vereador da cidade de Monteiro, no Cariri do Estado, Ricardo Menezes (Cajó). Ele conta que sem a água do Velho Chico os moradores ribeirinhos têm passado dificuldades na região.
“Não temos uma resposta concreta do Governo Federal. A população ribeirinha está prejudicada. Uma obra caríssima e começando a ter desgaste acima do normal”, afirmou Cajó. Em alguns pontos, as árvores dentro do canal têm mais de um metro de altura.
As águas da Transposição começaram a chegar na Paraíba no Eixo Leste no dia 08 de março de 2017. A obra, que foi iniciada na gestão do ex-presidente Lula (PT) e concluída com o ex-presidente Michel Temer, prometia garantir a segurança hídrica para cerca de um milhão de pessoas que seriam beneficiadas com o projeto, contemplando 35 cidades da Paraíba e de Pernambuco.
As águas da Transposição abastecem Campina Grande e mais dezoito cidades do Estado, através do Açude de Boqueirão. Na época em que foi inaugurada a obra retirou o açude, que estava com 2,9% da capacidade, de um colapso iminente. O Eixo Leste é composto por 217 km. São seis estações de bombeamento, cinco aquedutos, um túnel e 12 reservatórios.
MPF e MPE acompanham obra
Desde 2017 o Ministério Público Federal vem acompanhando, juntamente com o Ministério Público Estadual, a manutenção das obras do Eixo Leste da Transposição do Rio São Francisco - através do Inquérito Civil nº 1.24.004.000005/2017-61. "O MPF pedirá informações ao Ministério do Desenvolvimento Regional sobre as supostas rachaduras e mato no canal, caso os fatos cheguem ao conhecimento do órgão", afirma em nota o MPF.
Outro lado
O blog procurou o Ministério do Desenvolvimento Regional, responsável pela gestão da obra da Transposição, mas até agora não obteve resposta sobre a situação do canal.
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