COTIDIANO
Senado da Argentina aprova expropriação
Após 15 horas de debate, projeto de lei foi aprovado no Senado com 63 votos favoráveis. Câmara irá analisar a proposta.
Publicado em 27/04/2012 às 6:30
O Senado argentino aprovou na madrugada de ontem por grande maioria um projeto de lei de desapropriação de 51% das ações da petroleira YPF em poder da espanhola Repsol, principal acionista da petrolífera argentina. A iniciativa, promovida pelo governo de Cristina Kirchner e que agora passa à Câmara dos Deputados, foi aprovada por 63 votos a favor e três contra, além de quatro abstenções, após cerca de 15 horas de debate.
O resultado responde ao apoio de legisladores da União Cívica Radical (social-democrata), da Frente Ampla Progressista (socialista) e de forças provinciais, frente à rejeição de alguns dissidentes da Frente para a Vitória (peronista), liderada por Cristina.
O projeto declara de "utilidade pública e sujeita a desapropriação" a fatia de 51% das ações da YPF em poder da Repsol, titular de uma participação total de 57,43% na petrolífera argentina, cujos outros sócios são o grupo argentino Petersen (25,46%) e o Estado argentino (0,02%), enquanto os 17,09% restantes cotam nas bolsas de valores de Buenos Aires e Nova York. O texto também inclui a desapropriação das ações da Repsol em sua controlada YPF Gás, distribuidora de gás butano e propano.
A iniciativa, enviada ao Senado no último dia 16, quando Cristina decretou a intervenção da YPF, será agora apreciada pelos deputados com a previsão de obter sua aprovação definitiva na próxima semana.
NA CÂMARA
Depois de o Senado aprovar a expropriação da YPF, as comissões plenárias de Energia, Orçamento e Assuntos Constitucionais da Câmara analisaram a proposta ao longo do dia de ontem. A base aliada do governo da presidenta pretende votar o projeto na próxima semana.
O deputado Augustín Rossi (FPV) disse ontem que a determinação é colocar a proposta em votação na próxima quarta-feira. Segundo ele, os debates devem ocorrer até o dia 3, pois a exemplo do que houve entre os senadores na madrugada todos os presentes deverão se manifestar.
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