COTIDIANO
Síria abriga três mil brasileiros
Governo do Brasil acompanha com preocupação a situação na Síria. São 3.000 mil, o número de brasileiros que moram no país.
Publicado em 10/02/2012 às 6:30
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou ontem que a situação na Síria é "gravíssima" e "preocupante", inclusive para os 3.000 brasileiros que vivem no país. Ele declarou ainda que o Brasil vê com bons olhos o retorno dos observadores da Liga Árabe, agora com apoio das Nações Unidas. "Esperamos que essa movimentação diplomática da Liga Árabe continue", disse.
Segundo Patriota, o governo brasileiro acompanha a situação, e uma família entrou em contato com a embaixada brasileira no país pedindo para ser repatriada ao Brasil. "Entramos em contato com o embaixador, e esperamos que possam ser repatriados. É um casal sírio com dois filhos, ambos de nacionalidade brasileira. Esperamos que isso [a repatriação] possa ocorrer com segurança", afirmou.
O sexto dia de ofensiva das forças de Bashar Al Assad na cidade de Homs matou, pelo menos, 110 civis, segundo relatos de ativistas. Eles estimam que, desde o sábado passado, já morreram entre 300 e 400 pessoas na cidade que virou símbolo de resistência ao regime.
A escalada de violência fez com que Organização das Nações Unidas (ONU) e Liga Árabe considerassem o envio de uma missão conjunta à Síria. A proposta será discutida por ministros árabes no Cairo no próximo domingo.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou a violência da ação governamental em Homs, epicentro de uma revolta contra o ditador Bashar Al Assad que começou há quase um ano e se torna mais sangrenta a cada dia. "Temo que a apavorante brutalidade que estamos testemunhando em Homs, com disparos de armas pesadas contra bairros civis, seja um sombrio prenúncio do que está por vir", disse Ban.
Ativistas e moradores relataram centenas de mortos na última semana em Homs. Ontem, ao alvorecer, uma nova chuva de foguetes e morteiros atingiu Baba Amro, Khalidiya e outros bairros.
Há crescente preocupação com a situação dos civis, e os Estados Unidos disseram estar estudando formas de levar alimentos e remédios a eles – o que aprofundaria o envolvimento internacional em um conflito com amplas repercussões geopolíticas, e que divide as principais potências.
A Turquia, ex-aliada de Assad, disse que vai promover uma conferência internacional para discutir o envio de ajuda e possíveis soluções para a crise.
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