COTIDIANO
Síria contabiliza mais de três mil mortes em sete meses
Estimativa é que pelo menos 187 crianças estejam entre as vítimas fatais.
Publicado em 15/10/2011 às 8:00
Mais de 3.000 pessoas já morreram após sete meses de repressão das forças de segurança da Síria contra os protestos que pedem a saída do ditador Bashar Assad, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU) que foram divulgados ontem. A estimativa é que pelo menos 187 crianças estejam entre as vítimas fatais.
A Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, alertou para o risco de o país cair em uma guerra civil sem precedentes e pediu à comunidade internacional que adote ações urgentes para frear o "banho de sangue" que o país enfrenta. "É de responsabilidade de todos os membros da comunidade internacional tomar medidas de proteção de forma coletiva, antes que a repressão contínua e os assassinatos cruéis conduzam [a Síria] a uma guerra civil", disse, em comunicado.
Nas últimas semanas, grande parte do movimento pelos direitos humanos na Síria vem assumindo um tom mais militante, com ativistas abertamente à procura de armas e soldados que fugiram do exército lutar contra os seus ex-colegas. "Sabemos que o mundo não está vindo nos ajudar. Nós faremos o que tiver de ser feito. E em breve nós seremos numerosos a estar lutando ao lado deles", falou um manifestante de Homs.
CONSELHO
Apenas ontem, dez pessoas perderam a vida durante manifestações em apoio a desertores do Exército.
Anteontem, 36 foram mortos em conflitos em todo o país, sendo 25 militares (na ativa ou na reserva) das forças de segurança.
Partidários e opositores da intervenção do Conselho de Segurança da ONU na Síria reuniram-se ontem. Durante as consultas regulares, o grupo de países ocidentais, que é pela intervenção, levantou o tema da repressão violenta do governo de Bashar Assad contra os manifestantes.
Mas Rússia e China vetaram, na semana passada, a resolução que aventava possíveis sanções contra o governo. Brasil, Índia, Líbano e África do Sul, membros não permanentes do Conselho, abstiveram-se do voto. "Os defensores da inércia sobre a Síria deveriam tirar conclusões dos últimos acontecimentos", declarou Gérard Araud, embaixador da França.
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