COTIDIANO
Sítio Utopia: agricultura familiar é a base da economia de Alagoa Nova
A renda mensal vem dos sabores adocicados, apimentados e cítricos que frutificam no local.
Publicado em 19/07/2008 às 7:06 | Atualizado em 26/08/2021 às 23:43
Karoline Zilah
O nome do lugar já diz tudo: Utopia, uma idéia do filósofo Thomas Moore, que definiu o termo como um país que não existe. O sítio localizado na zona rural de Alagoa Nova é destino certo para quem aprecia a natureza e precisa dar um tempo das cidades grandes para respirar um ar puro nas trilhas do ecoturismo.
O sítio Utopia não tem esse nome apenas por se tratar de um refúgio, mas também porque parece até mentira o que Paulo de Luna Freire fez no local. Nos últimos 12 anos, ele tem cuidado de mais de 170 culturas de árvores frutíferas, hortaliças, raízes e plantas medicinais, além de criar bodes e cabras, tudo livre de agrotóxicos e recursos artificiais.
A família sobrevive do que a terra dá e, sabendo explorar de maneira correta as belezas naturais do local. “Minha idéia sempre foi trabalhar o turismo ecológico. Aqui, eu oriento os visitantes em excursões pela mata e ainda pretendo montar um acampamento de férias para crianças, pois considero o contato com a natureza essencial”, diz o proprietário do sítio, que destaca as trilhas pela cachoeira da Boa Vista como ótima opção de lazer.
Não é apenas de aventura que vive a família do sítio Utopia. A família Freire reforça a estatística de que a economia de Alagoa Nova é sustentada basicamente pela agricultura familiar. Eles tiram a renda mensal dos sabores adocicados, apimentados e cítricos que frutificam no local. Uma das fontes de renda é o mel produzido pela abelha uruçu, uma espécie que não tem ferrão. A produção ainda é pequena, chegando a cerca de 1 litro e meio por ano para cada apiário, mas o tipo e o sabor do mel justificam o preço de R$ 70 por litro.
A qualidade de vida da família e de onde eles tiram o sustento são explicados no passeio pelo recanto, onde se descobre uma grande diversidade de plantações. Na área das hortaliças, o visitante encontra folhas de diversos tipos, como a alface americana e a roxa e o alho poró. Também tem planta medicinal para todos os tipos de doença: sidreira, capim santo, boldo e hortelã são apenas algumas das opções.
As pimentas nascem para todos os gostos: tem de cheiro, dedo de moça e malagueta. Por fim, as frutas podem ser colhidas o ano inteiro. Destacando o pé de jabuticaba centenário, ainda pode-se encontrar amora, carambola, acerola, laranja, cajá, o doce maracujá-mochila e azedo tamarindo. Da terra ainda nascem feijão, mandioca e amendoim.
Com a ajuda da esposa, as delícias regionais que brotam no sítio de Paulo chegam a João Pessoa. Eles mesmos criam algumas receitas e vendem os produtos em um restaurante de comida típica na Capital. Leite de cabra, pães recheados e integrais, granola, doces e compotas das mais diversas frutas, licores e preparos de pimenta saem da mesa da pequena família para conquistar o paladar dos pessoenses e dos turistas.
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