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COTIDIANO

Superlotação transforma presídios em "escritórios do crime" na PB

Superpopulação, corrupção de agentes e as falhas no sistema que não consegue ressocializar apenados criam ambiente propício para planejamento de ações criminosas.

Publicado em 01/05/2011 às 8:09

De João Paulo Medeiros
Do Jornal da Paraíba

O descontrole motivado pela superpopulação, a corrupção de alguns agentes públicos e as falhas de um sistema que na maior parte dos casos não consegue ressocializar os apenados criam um ambiente propício para a proliferação e o planejamento de ações criminosas; como ocorre em praticamente todo o Brasil. Assaltos a bancos, sequestros, execuções e sobretudo o tráfico de drogas são coordenados com facilidade por detentos, nos principais presídios do Estado, conforme informações obtidas pelo Ministério Público em operações.

A atuação dos criminosos acontece de várias formas, mas o uso e a eficácia de aparelhos celulares acabam transformando a ferramenta em ‘ouro puro’ no interior dos presídios. “As coisas dentro dos presídios são valiosas. Um celular simples, vendido por R$ 100 lá dentro vale até R$ 2 mil”, comentou o ex-secretário de Administração Penitenciária do Estado, Carlos Mangueira, que enquanto esteve à frente da ‘pasta’ admitiu pela primeira vez a existência de células organizadas do Primeiro Comando da Capital (PCC), do Comando Vermelho (CV) e de um grupo identificado como ‘Al Qaeda’ no interior dos presídios paraibanos.

A existência dos grupos e principalmente os crimes encomendados por eles vêm sendo investigado há anos pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público estadual, assim como pelas polícias Federal e Civil. Recentemente, por exemplo, durante a ‘Operação Quark’, que terminou na desarticulação de uma ‘rede de tráfico internacional de drogas’ e com 62 traficantes denunciados à Justiça as investigações concluíram que diversos traficantes teriam construído verdadeiros “escritórios do crime e do tráfico”, nas dependências de unidades prisionais da Grande João Pessoa e de Guarabira.

“...NEGUINHO MACIEL, comanda grande fatia do tráfico de drogas na Grande João Pessoa, além de fornecer para as regiões do Litoral e Brejo paraibano. O fato de encontrar-se encarcerado, em nada lhe atrapalha, ao contrário, lhe é favorável, pois no combalido sistema carcerário montou o seu escritório do crime”, descreve um dos trechos da denúncia oferecida pelo Ministério Público.

Já em outra investigação, realizada pela Polícia Federal e que culminou na transferência no ano passado de seis detentos para o presídio federal de Porto Velho, em Rondônia, um relatório elaborado com o objetivo de pedir a transferência dos apenados relata que o grupo teria ordenado mortes, assaltos, e comandando o tráfico de drogas até mesmo em Estados como o Rio de Janeiro, de dentro das unidades prisionais do Estado.

“Com tal facilidade, continuaram a desenvolver suas atividades criminosas normalmente, já que contam com uma extensa rede de pessoas que mantêm em funcionamento suas respectivas associações criminosas. Há que se considerar, ainda, que traficantes de outros Estados hoje radicados em presídios paraibanos têm atraído outras pessoas de fora para se engajar no tráfico local”, discorrem os investigadores, em texto do relatório final do MP sobre o caso, que afirmam ter identificado até mesmo a entrada com facilidade de celulares, pizzas e até lagostas sob a ordem dos criminosos.

Na época foram transferidos da penitenciária PB1, em João Pessoa, os apenados Darcton Lima do Carmo, o “Anderson Pitbull”, Thanner Yabesch Asfora (Thanner Asfora); Francisco Soares Padilha Neto (Padilha); Gino de Souza Nazário; Heliomar da Costa Cruz (sargento Leomar) e Genildo Fábio Crispim (Pinino). Já do presídio Flósculo da Nóbrega (Róger) foram transferidos Edvan Pedro dos Santos e Aldenir Cirino de Sá.

Leia mais na edição deste domingo do Jornal da Paraíba.

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Jornal da Paraíba

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