COTIDIANO
"Teresa Cristina Canta Cartola" é um dos melhores discos do ano
Publicado em 12/11/2016 às 16:14 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:45
Uma voz feminina, um violão de sete cordas a acompanhá-la, o repertório de um compositor. Juntos, os três elementos falam da grandeza do samba do Brasil. "Teresa Cristina Canta Cartola" (CD e DVD) é um dos melhores lançamentos do ano.
Teresa Cristina surgiu na cena carioca, em plena Lapa, há uns 15 anos ou um pouco mais. Com o grupo Semente, gravou um songbook duplo de Paulinho da Viola que marcou o início da sua carreira e a projetou nacionalmente.
Desde cedo, foi identificada como cantora de samba. Mas Teresa gosta de black music americana, de rock pesado e de Roberto Carlos.
O disco Melhor Assim, de 2010, indicava que ela seguiria outros caminhos além do samba. A confirmação viria em 2012: com o grupo indie Os Outros, fez um disco de rock todo dedicado ao repertório de Roberto Carlos. Saudável ousadia para uma sambista tradicional.
Agora, volta à tradição do samba num registro ao vivo lançado primeiro no mercado americano.
A portelense se debruça sobre o repertório do mangueirense Cartola com uma doçura e uma sensibilidade singulares. O violão de Carlinhos Sete Cordas mistura a tradição à modernidade do violão brasileiro e oferece a parceria perfeita para a voz da cantora.
Teresa Cristina (agora em turnê com Caetano Veloso) traz para os nossos dias a música de Cartola. O compositor, que morreu em 1980, já estava em cena nos anos 1930. Seus sambas atravessam o tempo com um frescor invejável. A extraordinária beleza da sua música encontra na voz da nova intérprete algo que não é passado, nem precisa ser presente. É permanência.
Quem disse que Teresa Cristina é uma princesa do samba? Deve ter sido Caetano Veloso. Acertou. É isso mesmo o que ela é!
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