Torre é bairro com mais blocos

O bairro da Torre, na capital paraibana, é conhecido pela sua tradição cultural. O local abriga sedes de clube de orquestra, blocos carnavalescos, entre outras manifestações artísticas. O bloco 'Elefantes da Torre', por exemplo, preserva a tradição resgatando o frevo e lançando um novo estandarte apenas de dez em dez anos.

Com 16 anos de fundação (desde 1996), o bloco tem apenas dois estardantes, que foram feitos por pessoas do próprio bairro.

“Procuramos homenagear os artistas da Torre, aqueles que faziam e os que fazem a cultura do bairro”, contou o presidente do bloco, Flauber Santos. Segundo ele, o desenho do primeiro estandarte foi feito pelo filho, Cauim Ferreira Neves, então com apenas sete anos.

“Eu estava fundando o bloco e pedi para ele desenhar um elefante com um menino em cima segurando a sombrinha do frevo. Até hoje meu filho é envolvido com o bloco”, revelou Flauber, lembrando como tudo foi feito de maneira artesanal, sem muitos custos. O segundo estandarte teve como autor o artista Gil Mulequi.

Seguindo a ideia de resgatar o frevo, que surgiu na Torre desde 1929, o símbolo do estandarte é um elefante “frevando” na rua com uma sobrinha. Outro bloco do bairro que guarda história e tradição é o 'A Corda' ( que este ano homenageia o cantor e compositor paraibano, Chico César), que tem ainda uma peculiaridade: o único estandarte feito de corda da Paraíba, conforme informou o presidente do bloco, o carnavalesco João Santos.

De acordo com ele, o pendão é o mesmo desde a fundação do bloco (há oito anos) e representa a cultural do sisal - que teve destaque na economia paraibana no século dezenove. A obra é do artista plástico Natanael Filho.