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COTIDIANO

Três anos de luta por Justiça

Aryane Thais foi encontrada morta no dia 15 de abril de 2010 e o acusado do homicídio é o ex-namorado, Luiz Paes Neto.

Publicado em 14/04/2013 às 18:15


“Três anos de saudade e impunidade”. É o sentimento de Hipernestre Carneiro, mãe de Aryane Thaís Carneiro de Azevedo. A jovem que aos 21 anos foi vítima de um dos crimes que mais chocaram a Paraíba. No dia 15 de abril de 2010, ela foi encontrada morta às margens da BR-230, ao lado de um exame positivo de gravidez. Ela foi atacada por trás, de surpresa, sem tempo de tentar qualquer reação de defesa. Após três anos, o caso continua sem desfecho judicial.

Hipernestre disse que não gosta de usar a palavra 'impunidade', pois “a impunidade jamais vai me vencer, ela não é maior do que o meu Deus”. Por esse motivo, há três anos a mãe de Aryane luta incansavelmente em busca de Justiça. “Essa luta não é só minha, só por minha filha, mas é em nome de todas as jovens que são vítimas da violência. Quero que a Justiça seja feita para que não venham outras Aryanes e Fernandas”, disse ao acrescentar que se solidarizou e apoiou os familiares de Fernanda Hellen, que teve o corpo recém-encontrado no terreno do vizinho, suspeito do crime.

A morte de Aryane fez com que Hipernestre deixasse a casa, em Jaguaribe, em João Pessoa, para morar com a filha mais velha, Talita Carneiro, mas o surgimento de uma nova vida a motivou mudar de casa mais uma vez. “Era difícil superar a dor de morar sozinha, mas Deus me deu uma resposta maravilhosa. Meu filho, Thiago, me deu um lindo neto, agora com oito meses. Eles, juntamente com minha nora, estão morando comigo em meu novo apartamento. Embora a gente tente retomar a vida, a dor da perda não se supera. O luto de uma mãe é uma cruz muito pesada de se carregar”, declarou.

A mãe de Aryane Thaís ressaltou que a sensação que tem é que o símbolo da Justiça, representado por uma venda nos olhos, não representa a realidade.

“A Justiça realmente está fechando os olhos, mas essa luta não é em vão. Eu tenho fé de que o acusado será condenado e não irá matar mais ninguém”, afirmou Hipernestre, demonstrando a certeza de que Luiz Paes Neto, ex-namorado de Aryane e, até então, único suspeito do crime, realmente matou sua filha.

Indagada sobre o acusado, Hipernestre disse apenas que tem conhecimento de que Luiz Paes está retomando a vida normalmente.

Desde a manhã da última sexta-feira, a cidade amanheceu com faixas que lembram o sentimento vivido pela família e amigos de Aryane, além da sociedade que também se sensibilizou com o caso, com a frase: '3 anos de saudade e de impunidade'. Amanhã, será realizada uma missa de aniversário, às 17h, na Igreja do Rosário, em Jaguaribe.

Hipernestre acrescentou ainda que tem informações de que amigos de Aryane estão se mobilizando para realizar uma manifestação amanhã, quando o crime completará 3 anos. O movimento será para cobrar da Justiça celeridade no desfecho do processo, para que o réu não fique impune e seja condenado.

Um dos advogados de defesa, Genival Veloso, disse que o último recurso em favor do réu para Justiça foi negado por unanimidade, restando apenas o julgamento final. “Os recursos foram negados e o processo está retornando à Vara para inclusão na pauta de julgamento. Estamos aguardando a data, mas provavelmente ocorrerá no segundo semestre deste ano”, informou.

Segundo Genival Veloso, Luiz Paes Neto está respondendo em liberdade e seguindo a vida.

“Ele terminou o curso de Direito e agora está fazendo especialização, seguindo sua rotina normal de vida. Estamos convictos de sua inocência e continuamos no mesmo padrão de negar a autoria, mas só o Tribunal do Júri irá julgar essas ações”, pontuou.

Indícios apontam para único suspeito

Para o advogado Abraão Beltrão, assistente de acusação, todos os indícios encontrados até agora apontam Luiz Paes como autor do crime. Entre esses argumentos estão um ferimento no braço direito do acusado, um dia após o crime, a ausência de impressões digitais no carro (Gol preto) de Luiz Paes, o exame positivo de gravidez, encontrado ao lado do corpo de Aryane e um pedaço de grama encontrado no porta-malas do acusado. “Os indícios levam até ele e nunca houve outro suspeito”, completou.

A perícia realizada em Luiz Paes constatou que o ferimento era recente, provavelmente a prova de que Aryane tentou se defender, contrariando a declaração do mesmo que disse ter se machucado em casa, há mais de 48 horas do ocorrido. Ainda segundo a acusação, a falta de impressões digitais no carro, inclusive do próprio Luiz, reforçam a tese de que o veículo foi lavado às pressas, antes de ser apresentado à polícia.

Por outro lado, um dos advogados de defesa, Genival Veloso, rebateu todos os indícios apresentados pela acusação, contra Luiz Paes Neto. “Primeiramente tem que se considerar que Luiz se apresentou espontaneamente e colaborou a todo instante com as investigações. Ele é inocente”, defendeu.

Sobre a grama encontrada no carro do acusado, Genival Veloso disse que o pai de Luiz Paes “viajava com frequência para o interior do Estado para trazer ração, como agropecuarista, naturalmente a grama viria junto”. Já sobre o ferimento no braço, a defesa argumentou que isso é hábito. "A vítima tinha o hábito de roer as unhas, o que prova que, ainda que fosse verdade, não teria como machucá-lo”, contestou.

A primeira audiência de instrução do caso aconteceu em setembro de 2010.

Imagem

Jornal da Paraíba

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