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COTIDIANO

Tribunal do Júri retoma amanhã audiência sobre o ‘caso Aryane’

Na sexta-feira (19), Justiça realiza terceira parte da audiência de instrução do caso, que começou em 10 de setembro. São esperadas oito testemunhas, quatro declarantes e dois peritos.

Publicado em 18/11/2010 às 9:13 | Atualizado em 26/08/2021 às 23:33

Valéria Sinésio
Do Jornal da Paraíba

O estudante de Direito Luiz Paes Neto, 23 anos, deve ser ouvido a partir das 9h de amanhã, no 1º Tribunal do Júri, no Fórum Criminal de João Pessoa. Ele é acusado de matar Aryane Thays Carneiro, 21, em abril deste ano. Na sexta-feira (19), portanto, a Justiça realiza a terceira parte da audiência de instrução do caso, que teve início dia 10 de setembro. Devem prestar depoimento também oito testemunhas, quatro declarantes e dois peritos. A expectativa é que o plenário fique lotado, devido à repercussão que o caso tomou em todo o Estado.

A audiência será presidida pela juíza Ana Flávia de Carvalho Vasconcelos, que está substituindo o juiz titular Marcos William de Oliveira. Se a audiência for concluída amanhã, a expectativa será para a decisão da juíza, que pode pronunciar o réu ou desclassificar o crime. Se optar pela primeira alternativa, Luiz Paes Neto irá a júri popular, no qual o Conselho de Sentença, formado por sete pessoas da comunidade, escolhidas por sorteio, decidirá pela absolvição ou condenação do estudante. Porém, seus advogados podem recorrer da decisão, o que acarretaria na demora na realização do julgamento.

Para o promotor de acusação Edjacir Luna, a expectativa é de que Luiz Paes seja condenado pelo assassinato de Aryane Thays, na época grávida. “O Ministério Público tem total convicção que Luiz Paes matou Aryane, por isso, trabalha para que ele seja pronunciado pelo juiz”, explicou o promotor, que atua desde o início no caso e pede sua condenação por homicídio duplamente qualificado (por motivo fútil e sem chance de defesa).

Luna disse ainda que a promotoria encontrou vários indícios que se tornaram provas contra o estudante de Direito, que nega todas as acusações. A defesa do réu não atendeu aos telefonemas para comentar o assunto.

O corpo de Aryane foi encontrado no dia 15 de abril, próximo à BR-230. Na noite anterior, segundo o processo, ela teria se encontrado com Luiz Paes no bairro de Jaguaribe, onde ambos moravam. Nessa ocasião, Aryane teria revelado a gravidez para o estudante, com quem tinha um instável relacionamento. A gravidez indesejada seria, portanto, o motivo o homicídio, segundo o promotor Edjacir Luna.

Durante as investigações, nenhum outro suspeito foi encontrado. A morte de Aryane teve grande repercussão em todo o Estado. A mãe da vítima, Hipernestre Carneiro, formou na semana passada, juntamente com outros pais que perderam os filhos para a violência, o grupo ‘Mães com Dor’, com o intuito de pedir Justiça e o fim da violência.

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Jornal da Paraíba

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