COTIDIANO
UE ameça Argentina com corte de recursos
União Europeia pretende levar caso de expropriação da petrolífera espanhola YPF para a Organização Mundial do Comércio.
Publicado em 24/04/2012 às 6:30
A União Europeia (UE), formada por 27 países, pediu ontem ao governo da Argentina para rever a decisão sobre a expropriação da YPF, petrolífera espanhola, sob risco de destruir os investimentos estrangeiros no país. No que depender dos europeus, o caso será levado para definição na Organização Mundial do Comércio (OMC) para combater as medidas protecionistas na Argentina. Informações são da Agência Brasil.
Os apelos da União Europeia foram encaminhados à Argentina por meio de carta, enviada pelo comissário europeu para assuntos humanitários, Karel De Gucht. "A expropriação das ações da Repsol na YPF se juntam a uma lista crescente de decisões problemáticas tomadas recentemente pela Argentina na área do comércio e do investimento", disse.
Segundo o comissário, as medidas relacionadas com a expropriação da petrolífera são "incompatíveis" com as normas da OMC e geraram "efeitos adversos significativos" nas exportações europeias para a Argentina em várias áreas. A União Europeia é o principal investidor estrangeiro na Argentina com aportes chegando a mais de 50% dos investimentos externos no país.
O assunto é tema da discussão coordenada pela chefe da Diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, com os ministros dos negócios estrangeiros, em Luxemburgo. Ashton disse que a Argentina deve respeitar suas "obrigações internacionais". “É importante [a Argentina] não terminar em uma posição em que se destruam investimentos diretos estrangeiros [no país]", disse.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Luxemburgo, Jean Asselborn, disse que os europeus têm de ser “solidários” à Espanha e que não se pode aceitar expropriações que prejudiquem os integrantes da União Europeia.
DISPUTA
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Espanha, José Manuel Garcia-Margallo, também apelou ontem às autoridades da Argentina que tentem resolver "amigavelmente" a disputa sobre a expropriação da YPF, administrada pela Repsol. Margallo foi claro: se não houver acordo, os espanhóis recorrerão a um tribunal internacional para impedir a expropriação da petrolífera, anunciada no último dia 16.
“[Queremos que a ] Argentina retorne à comunidade internacional, ao diálogo e organize esse litígio de forma amigável em conformidade com os tribunais internacionais”, observou o chanceler. "Nós não vamos disputar o direito da Argentina sobre a soberania energética. Mas, na minha opinião, é um [grande] erro no século 21”, disse Magallo.
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