COTIDIANO
"Um filho da puta a menos para criticar o Bolsonaro"
Publicado em 12/02/2019 às 7:42 | Atualizado em 30/08/2021 às 23:36
01
No domingo (10), passei a tarde conversando com um amigo querido, um dos meus mestres no jornalismo.
Fomos do show de Gal ao Brasil sob Bolsonaro.
Quando falamos das redações de hoje, ele resumiu: "É a morte do jornalismo".
"Morreu?" - perguntei.
Ao que ele respondeu: "Ainda não".
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02
A morte das profissões está em Harari, lembrou meu amigo, leitor do autor de Sapiens.
Bancários logo serão desnecessários.
Médicos? Devem durar um pouco mais.
Jornalistas? Agonizam.
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03
Comecei a segunda (11) lendo, num grupo, histórias desanimadoras sobre práticas do jornalismo paraibano.
Não vou mencioná-las. Muito menos comentá-las.
Mas fica a pergunta: é assim que estamos?
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04
No começo da tarde, veio a notícia da morte de Ricardo Boechat.
Era um cara brilhante no que fazia. No impresso, na televisão, no rádio.
E uma dessas vozes muito necessárias.
Mais ainda no atual momento brasileiro.
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05
Segui acompanhando, na mídia e nas redes sociais, a repercussão da morte de Boechat.
Eis que algo chamou minha atenção.
Um economista, defensor de Bolsonaro, postou no Twitter (é verdade?):
"Carlos Bolsonaro, o Boechat acabou de morrer na queda de um helicóptero. Pena que a Mônica Bérgamo não estava junto. Um filho da puta a menos para criticar o Bolsonaro".
Depois, pediu desculpas:
"Fui péssimo, e desculpem o comentário. Odeio jornalistas de esquerda, nem por isso a morte se justifica. Sou do bem e falei merda. Desculpe realmente ao povo do Tweeter".
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06
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