Uso de canudos de plástico é proibido em bares e restaurantes da Paraíba

Entrou em vigor a lei que proíbe a venda e distribuição de canudos de plástico. Estabelecimentos devem usar canudos biodegradáveis ou de material não reciclável.

Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

O uso de canudos de plástico em bares, restaurantes e estabelecimento comerciais da Paraíba estão proibidos a partir desta quinta-feira (8). A lei que proíbe a comercialização e distribuição dos canudos foi publicada no dia 11 de maio deste ano, com previsão de vigência a partir de 120 dias, prazo que se encerrou nesta quinta.

A partir desta quinta-feira, os estabelecimentos só podem utilizar canudos de material não descartável ou de material biodegradável, como canudos de papel, inox, bambu ou comestível. Além disso, também está proibida a utilização de material plástico para embalar os canudos de qualquer natureza.

O descumprimento desta lei acarreta imposição de multa de 10 a 30 Unidades Fiscais de Referência do Estado da Paraíba (UFR/PB) e todos os órgãos da administração pública estadual e municipal encarregados do meio ambiente podem fiscalizar o cumprimento. 

Impacto ambiental do uso de canudos de plástico

A bióloga Daniele Siqueira, da Associação Guajiru, que atua na conservação de tartarugas marinhas no litoral da Paraíba, falou sobre a importância de ferramentas legais, como a proibição de canudos de plástico, para a preservação do meio ambiente e da vida animal.

Segundo a bióloga, as tartarugas são diretamente afetadas pelo plástico, e por isso, podem ser beneficiadas com a reeducação ambiental.

É importante ter leis nesse sentido porque o plástico nos oceanos é um dos principais problemas para os animais. A gente precisa sim caminhar para solucionar esse problema”, diz.

Daniele também lembra que já existem estudos que apontam a presença de plásticos no trato digestivo de pelo menos 1.500 espécies de tartaruga marinha, o que reforça a necessidade de reeducação.

O plástico é produzido em grande quantidade, e demora a se degradar. Ou seja, é um problema de longo prazo. No caso das tartarugas, elas confundem o material com a alga e acabam comendo plástico. O aspecto e o cheiro dele são parecidos com o do alimento ideal”, explica.

A bióloga também reforça que em cada mil filhotes de tartarugas, apenas 2 reproduzem. E é justamente o animal na vida adulta que pode ser mais prejudicado pelo plástico de canudos e de tantos outros materiais descartados no oceano.

Os filhotes podem ingerir microplásticos, mas é ainda pior para os animais em vida adulta, em idade reprodutiva. É um problema sério que interfere o número de filhotes e também de ninhos”, conclui.