COTIDIANO
Venezuelano é morto em João Pessoa, e polícia suspeita de latrocínio
Jean Carlos Cabello Aguillera era estudante universitário do curso de administração quando morava na Venezuela, antes de se mudar para o Brasil para fugir da crise no país onde nasceu.
Publicado em 17/03/2022 às 16:17
Um jovem imigrante venezuelano de 26 anos foi morto na manhã desta quinta-feira (17), após ser atingido por um tiro, no bairro de Jaguaribe, em João Pessoa. Ele foi identificado como Jean Carlos Cabello Aguillera, que trabalhava como motoboy e morava com a esposa. Ele era estudante universitário do curso de administração quando morava na Venezuela, antes de se mudar para o Brasil em 2017 para fugir da crise no país onde nasceu.
De acordo com o delegado Claudio Marques, ele seguia em uma motocicleta na rua onde morava, quando foi abordado por dois homens que estavam a pé. Jean recebeu um tiro na região do tórax e teve a moto roubada. A principal linha de investigação é de latrocínio.
O corpo do jovem foi encaminhado para o Instituto de Polícia Científica (IPC) de João Pessoa e deverá passar por perícia. Conforme o delegado Claudio Marques, serão solicitadas imagens de câmeras de segurança da área onde o crime aconteceu, na busca por identificação dos suspeitos.
Vida no Brasil
O g1 conversou com Jean Carlos em 2018, pouco tempo depois que ele chegou à Paraíba acompanhado do irmão e de dois amigos. O grupo de amigos nasceu em Maturín, no estado de Monagas, na Venezuela. Eles eram estudantes universitários e, devido à crise financeira em seu país de origem, cruzaram a fronteira e chegaram em Roraima em dezembro de 2017.
Eles chegaram a morar na rua por sete meses, na região da fronteira, em Roraima, até que foram encaminhados para a Paraíba por meio do Programa de Interiorização de Migrantes e Refugiados Venezuelanos. A primeira cidade onde o grupo ficou na Paraíba foi no Conde, no Litoral Sul.
Jean Carlos chegou a relatar que foi explorado no primeiro emprego que conseguiu na Paraíba. Ele ganhava R$ 100 por semana para trabalhar até tarde da noite. “O empregador achava que estava tudo bem porque ele nos dava o almoço”, disse ele na época da entrevista.
Nesse período na Paraíba, ele chegou a trabalhar também como instalador em uma empresa de telefonia, internet e TV à cabo e como revendedor de perfumes.
Atualmente, trabalhava como motoboy e morava com a esposa. Ele não chegou retomar os estudos no ensino superior, mas conseguiu concluir um curso de barbeiro. "Um homem que só sabia trabalhar, aí fizeram essa covardia com ele", disse Alejandro Pereira, amigo de Jean Carlos.
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