COTIDIANO
Alheios à covid-19, vereadores aprovam projeto que torna as igrejas atividades essenciais em João Pessoa
Publicado em 04/03/2021 às 11:48 | Atualizado em 30/08/2021 às 18:11
Por ANGÉLICA NUNES
Presidida pela vice-presidente da Câmara Municipal, vereadora Eliza Virgínia (PP), a Mesa Diretora 'tratorou' a pauta de votação para acelerar a aprovação da proposta que torna as igrejas e os templos de qualquer culto religioso como atividade essencial em João Pessoa. O projeto do vereador Carlão para Bem (Patriotas) foi analisado na sessão ordinária híbrida desta quinta-feira (4), com emenda do Bispo José Luiz (PRB) com a possibilidade de autoridades competentes determinarem limitação de presenças nos templos religiosos na pandemia.
Com parte dos parlamentares acompanhando de forma remota, muitos tiveram que se desdobrar para dar conta da análise da matéria nas comissões de Constituição e Justiça, Políticas Públicas e de Direitos Humanos, em uma transmissão bastante atribulada.
Intercalando com a análise de outras propostas, a matéria passou pelas comissões antes da aprovação em plenário. O único a dar parecer contrário foi o vereador Marcos Henriques (PT), no âmbito da Comissão de Políticas Públicas. Ele disse que não queria ser responsável "pela carnificina" que pode gerar a abertura das celebrações religiosas e lamentou o risco que os colegas de parlamento estão colocando os fieis com a decisão.
Marcos Henriques também questionou a forma como o projeto estava em votação, descumprindo o Regimento Interno, já que haveria vetos a serem apreciados na Casa. O petista, no entanto, foi voto vencido. A matéria foi aprovada apenas com o seu voto contrário.
Na mão de Cícero
O projeto de lei agora segue para sanção ou veto do Executivo. O prefeito Cícero Lucena (PP), a quem cabe a decisão, tem se posicionado contrário a flexibilizar setores, dentre eles as igrejas. A orientação recai no bom senso do número ascendentes de casos confirmados, internações e mortes pela covid-19 na Grande João Pessoa.
A realização de missas e cultos de forma presencial foram suspensas temporariamente como medida para evitar mais contaminações pela covid-19. O decreto municipal está em vigor até o dia 10 de março e segue o mesmo entendimento do decreto estadual, editado pelo governador Joao Azevêdo (Cidadania), que ontem fez um vídeo para rebater as críticas de lideranças religiosas.
João lembrou que as missas e cultos não estão suspensas, podendo ser realizadas de forma remota e segura para evitar mais contaminações neste momento em que os números assustam. Chegamos nesta quarta a triste marca de 224 mil casos confirmados e 4.588 mortes pela covid-19.
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