Cigarro e álcool monitorados

A preocupação com a saúde dos jovens universitários terminou em uma solicitação encaminhada à reitoria da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) para o monitoramento do uso de cigarro e bebidas alcoólicas dentro do campus de Campina Grande. A solicitação foi feita por professores e alunos do Centro de Ciências Biológicas da Saúde (CCBS), que querem a redução do consumo desses produtos e a conscientização dos estudantes sobre os malefícios causados por essas drogas, que apesar de serem lícitas, causam estragos à saúde física e mental.

Cerca de 12% da população paraibana é consumidora de tabaco e esse número aumenta quando se trata do consumo de bebida alcoólica, principalmente entre os jovens, segundo informou a professora do Curso de Farmácia e coordenadora do Programa de Educação e Prevenção ao Uso de Tabaco e outras Drogas, Clésia Pachu. “Os estudantes entram muito jovens na universidade, entre os 17 e 18 anos e, em muitos casos, ainda não têm a maturidade para entender o perigo do consumo exagerado do cigarro e do álcool”, disse.

Para o estudante de Farmácia Renato Wagner da Silva, 23 anos, a 'roda de amigos' influencia os jovens que começam a experimentar as drogas lícitas. “Isso é muito comum, até porque vira moda e não há uma grande preocupação”, contou. Muitas vezes é na própria universidade que os experimentos começam, através da venda dos produtos, realizada em pequenas barracas montadas de forma improvisada dentro dos campi.

A professora informou que um levantamento realizado apenas no CCBS da UEPB constatou que, dos seis mil alunos do centro, 61% consomem bebida alcoólica. “O número de fumantes é muito reduzido, mas os jovens consumem muita bebida alcoólica hoje em dia, por isso solicitamos um monitoramento à reitoria, para que não haja o consumo dentro do campus e que dentro dos ambientes fechados, os cigarros sejam proibidos”, disse.

De acordo com o vice-reitor da UEPB, Aldo Maciel, as lanchonetes instaladas no campus não podem vender este tipo de produto, mas existem barracas itinerantes que se instalam no local e não estão proibidas de vender as mercadorias. “As ruas do campus são públicas e não temos como evitar a venda, até porque é lícita. O consumo do cigarro dentro dos ambientes fechados já está proibido, porque é uma determinação legal, mas vamos investigar, através de medidas jurídicas, o que pode ser feito com relação ao uso de álcool na Universidade”, contou.